tag:blogger.com,1999:blog-59868039629844113742024-02-21T08:26:05.836-08:00tudo o que vem à mesaSão vinhos, comidas e conversas, muitas conversas. A mesa é um local de partilhas, assim como este blog pessoal.
Nota: As fotografias utilizadas neste blogue são na maior parte dos casos retiradas da internet. Se acaso alguma estiver protegida por direitos de autor, agradece-se que tal seja comunicado, a fim de ser retirada de imediato. joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-44582598756615460102018-09-21T07:03:00.001-07:002018-09-21T07:03:47.115-07:00EPUR - a propósito de um prato<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A propósito de um prato</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDCB1p3RMhkJagy3Gwcn1FmsgURGtMLJnOEcDP8U5aJsveLEAlmWF3Jah4ic28N5XYEpXty1TM1acboByq4OQgXBWyZga4fRdiRF5D6K7pjm4lB3POjHV3ZdgU-vd7KvPjgc1d3RYft4Q/s1600/Epur+terra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDCB1p3RMhkJagy3Gwcn1FmsgURGtMLJnOEcDP8U5aJsveLEAlmWF3Jah4ic28N5XYEpXty1TM1acboByq4OQgXBWyZga4fRdiRF5D6K7pjm4lB3POjHV3ZdgU-vd7KvPjgc1d3RYft4Q/s640/Epur+terra.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
Num jantar especial de celebração a dois com a minha mulher fomos jantar ao Epur, o novo restaurante do <i>chef</i> Vincent Farges, no Chiado. O repasto foi memorável e trabalho do chef que já acompanhamos há muito desde os tempos da Fortaleza do Guincho, continua rigoroso e preciso mas está nitidamente mais solto, mais ousado, abrindo novas frentes e explorando texturas e combinações que à primeira vista poderiam parecer improváveis mas que se provaram resultar em pleno.<br />
<br />
A refeição foi toda muito especial mas o que gostaria de destacar da experiência agora era tão só as emoções que um prato em particular me despertou. Não que fosse o melhor ou o mais espectacular mas simplemente por ser aquele que me questionou nas minhas certezas e nos preconceitos. Descrito como simplesmente como "Terra" um dos quatro momentos que compunham o menu escolhido, - a par da Água", do "Mar" e do "Campo", - foi-nos anunciado como tendo coelho, amanitas, girolles e foie. Não pude deixar de pensar que se pudesse ter escolhido os pratos após a leitura da ementa, este seria talvez o ultimo a considerar. Coelho não é propriamente uma carne que me faça suspirar e o foie é algo que consideraria dejá vu.<br />
<br />
A verdade é que não poderia estar mais errado! A primeira surpresa foi aquela erva verde e viçosa que se impôs à primeira vista quando me puseram o prato à frente. Afinal eu conhecia bem aquilo e até gostava muito, embora nunca as tivesse comido cruas. Eram beldroegas, planta selvagem, amada por uns e desprezada por muitos mais a quem não reconhecem outra serventia que servir de simples forragem destinada à alimentação dos animais, sobretudo os... coelhos. Poderosa ironia! A seguir, foram as narinas que se encheram de aromas pungentes: terra, bosque, plantas silvestres.,Levada a primeira garfada à boca, confesso que me derreti. Que feliz conjugação de texturas! Que bem que casam os cogumelos com o foie gras e com o toque crocante dos frutos secos. Por debaixo descobri umas pequenas gambas quase cruas, um toque de acidez a fazer magia. E o coelho? Lembrei-me lá do coelho. Perdi foi a vergonha e ensopei um pouco de pão naquele molho escuro e brilhante, demasiado precioso para deixar escapar. Sim, estive lá e voltarei sempre que a bolsa e a oportunidade mo permitir.<br />
<br />
<br />
<br />joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-72481046740388509692017-05-23T03:33:00.000-07:002017-05-23T03:33:21.517-07:00Festival do Vinho do Douro Superior: o balanço final - mais 8.000 visitantes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZBBL54H4LrTsjDbDQzYDA4_t9ZgYgtMZIHGaNhchmq3hqAFn0rN8TEtqZtl147PDTiH8B9Ps8GZnden-a-STj_27CkZIuBWEncrnbq5mEl73fJ1ZXNDwR4HSvrFWyHjOLL2eEWvizHFI/s1600/Foz+Coa+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZBBL54H4LrTsjDbDQzYDA4_t9ZgYgtMZIHGaNhchmq3hqAFn0rN8TEtqZtl147PDTiH8B9Ps8GZnden-a-STj_27CkZIuBWEncrnbq5mEl73fJ1ZXNDwR4HSvrFWyHjOLL2eEWvizHFI/s320/Foz+Coa+1.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="Normal1" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<u><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: Arial;"><br /></span></u></div>
<div class="Normal1" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<u><span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: Arial;">‘Concurso de Vinhos do Douro Superior 2017’ medalhou 51 vinhos <o:p></o:p></span></u></div>
<div class="Normal1" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: Arial;">Melhores vinhos
do Douro Superior eleitos na maior edição <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="Normal1" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: Arial;">do ‘Festival do
Vinho’ desta sub-região<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-pagination: widow-orphan;">
<br /></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial; mso-highlight: white;">‘Quinta da Pedra Escrita branco 2015’, de Rui Roboredo
Madeira Vinhos, ‘Quinta da Touriga Chã tinto 2014’, de Jorge Rosas Vinhos, e
‘Cockburn´s Quinta dos Canais Porto Vintage 2007’, de Symington Family Estates
foram nomeados os melhores </span><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;">do ‘Concurso
de Vinhos do Douro Superior 2017’ nas suas respectivas categorias<span style="background: white; mso-highlight: white;">. A entrega de prémios aconteceu
ontem, dia 21 de Maio,</span> no EXPOCÔA - Centro de Exposições de Vila Nova de
Foz Côa, <span style="background: white; mso-highlight: white;">no âmbito da 6.ª
edição do</span> ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ que, uma vez mais, veio
realçar a aposta na qualidade da produção vínica da referida sub-região do
Douro vinhateiro em Vila Nova de Foz Côa, cidade – do distrito da Guarda –
detentora da chancela de “Capital do Douro Superior”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;">Antes de abrir
portas, a organização – a cargo da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa,
com a produção da VINHO Grandes Escolhas – revelou que esta seria a maior
edição em número de expositores, 77 entre vinhos e sabores a somar a quatro
tasquinhas, e de referências de vinhos em prova, cerca de 350. Concluída a 6.ª
edição é tempo de fazer contas e de revelar que o número de visitantes superou
o de anos anteriores, com mais de 8.000 pessoas a marcar presença neste que é
já um evento de referência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;">No que toca ao
‘Concurso de Vinhos do Douro Superior 2017’ foram 153 as referências vínicas
que estiveram à prova (52 brancos, 89 tintos e 12 vinhos do Porto), tendo sido criteriosamente
avaliadas, “às cegas”, por 28 jurados, de entre um painel composto por
críticos, jornalistas, <i>bloggers</i>,
escanções e representantes do comércio. A somar aos três galardões respeitantes
aos “melhores”, foram também atribuídas mais 16 medalhas de ouro (4 para
tintos, 10 para brancos e 2 para vinho do Porto) e 32 medalhas de ouro (10 para
brancos, 19 para tintos e 3 para vinho do Porto). No total saíram vencedores 51
vinhos e, à semelhança da edição de 2016, não foram outorgadas medalhas de
bronze. <o:p></o:p></span></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;">(consulte, por favor, a lista total de premiados
em Excel anexo)</span></b><span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="Normal1" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 14.0pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 9.0pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: Arial;">Para além do concurso, que decorreu na manhã de
Sábado, dia 20 de Maio, <span style="background: white; mso-highlight: white;">destacam-se
as quatro provas comentadas por especialistas – três sobre vinhos (brancos,
tintos e do Porto) e uma de azeites</span> –, assim como o colóquio ‘Um Rio de
Patrimónios, da Foz à Nascente’, onde foram debatidas questões pertinentes
acerca <span style="background: white; mso-highlight: white;">do futuro da margem
Norte do Douro, da dificuldade que o lavrador tem em vender as uvas, da
mais-valia inerente à classificação de Património Mundial da Humanidade pela
UNESCO por parte das populações rurais locais e das empresas com fins
turísticos</span>.<o:p></o:p></span></div>
joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-86140742940798390042017-05-21T08:50:00.001-07:002017-05-21T16:39:41.893-07:00Concurso de Vinhos do Douro Superior<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtqrEzcykHsxLWz_Na4mK5zDfZ3cKkK6Nlk-JVcXTwz84OUetC0-b4-o6L8Iw3qvUDaOYDxrdMbu7Xja9IYTF70pDW-5AC4Z4FzqBLkOclK509mLbRy-g-3HKdD4mKvQN-S8Jojv9X5qI/s1600/IMG_1799.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtqrEzcykHsxLWz_Na4mK5zDfZ3cKkK6Nlk-JVcXTwz84OUetC0-b4-o6L8Iw3qvUDaOYDxrdMbu7Xja9IYTF70pDW-5AC4Z4FzqBLkOclK509mLbRy-g-3HKdD4mKvQN-S8Jojv9X5qI/s320/IMG_1799.JPG" width="320" /></a></div>
Acabaram de ser anunciados em Vila Nova de Foz Côa os resultados do Concurso de Vinhos do Douro Superior. Concorreram mais de 150 vinhos, entre brancos, tintos e vinhos do Porto, que foram provados por um Júri de 28 elementos, entre jornalistas especializados, compradores profissionais de garrafeiras e restaurantes e bloggers da área.<br />
<br />
O nível deste concurso é habitualmente muito alto porque nele participam vinhos topo de gama que habitualmente não entram neste tipo de competições. Daí que estes resultados sejam sempre acolhidos com grande interesse pelos consumidores e agentes do mercado. Este ano mais uma vez cumpriu-se a tradição e o Concurso de Vinhos do Douro Superior mostrou a enorme qualidade dos vinhos e as imensas potencialidades desta sub-região.<br />
<br />
Eis a lista completa de resultados:<br />
<br />
<table style="border-collapse: collapse; width: 620px;">
<colgroup><col style="width: 80pt;" width="107"></col>
<col style="width: 194pt;" width="259"></col>
<col style="width: 191pt;" width="254"></col>
</colgroup><tbody>
<tr height="34" style="height: 25.5pt;">
<td class="xl146" colspan="3" height="34" style="height: 25.5pt; width: 465pt;" width="620"><b>Concurso de Vinhos do Douro Superior (2017)</b></td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl91" height="20" style="height: 15.0pt;">Prémio</td>
<td class="xl94">Nome do Vinho</td>
<td class="xl95">Produzido por…</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl155" colspan="3" height="20" style="height: 15.0pt; width: 465pt;" width="620"><b><br />Categoria Vinho BRANCO</b></td>
</tr>
<tr height="44" style="height: 33.0pt;">
<td class="xl91" height="44" style="height: 33.0pt;"><b>Melhor Vinho</b></td>
<td class="xl114" style="width: 194pt;" width="259"><b>Quinta da Pedra Escrita 2015</b></td>
<td class="xl115"><b>Rui Roboredo Madeira Vinhos</b></td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl149" height="80" rowspan="4" style="height: 60.0pt; width: 80pt;" width="107"><b>Medalha de Ouro</b></td>
<td class="xl136" style="width: 194pt;" width="259">Castello d’Alba Vinhas Velhas 2015</td>
<td class="xl130">Rui Roboredo Madeira Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Couquinho Superior 2016</td>
<td class="xl131">Quinta do Couquinho Soc. Agrícola</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta da Bulfata Reserva 2014 </td>
<td class="xl132">Quinta da Bulfata</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl138">Sequeira Grande Reserva 2014</td>
<td class="xl139">Quinta da Sequeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl152" height="200" rowspan="10" style="height: 150.0pt; width: 80pt;" width="107"><b>Medalha de Prata</b></td>
<td class="xl104">CARM C.M. 2015</td>
<td class="xl104">CARM - Casa Agrícola Roboredo Madeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Crasto Superior 2015</td>
<td class="xl104">Quinta do Crasto</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Colinas do <span class="font14">Douro</span><span class="font9"> Reserva 2015</span></td>
<td class="xl104">Colinas do Douro</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Duas Quintas Reserva 2015</td>
<td class="xl104">Adriano Ramos Pinto Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Gambozinos 2016 </td>
<td class="xl104">Cabanas do Castanheiro</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Golpe Reserva 2016</td>
<td class="xl104">Manuel Carvalho Martins</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Muxagat 2014</td>
<td class="xl104">Muxagat Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Palato do Côa Reserva 2015</td>
<td class="xl104">5 Bagos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl104">Quinta dos Castelares Reserva 2015</td>
<td class="xl104">Casa Agrícola Manuel Joaquim Caldeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl105">Quinta da Sequeira Reserva 2015 </td>
<td class="xl105">Quinta da Sequeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl140" colspan="3" height="20" style="height: 15.0pt; width: 465pt;" width="620"><b><br />Categoria Vinho TINTO</b><br />
<table style="border-collapse: collapse; width: 620px;"><tbody>
<tr height="38" style="height: 28.5pt;"><td class="xl92" height="38" style="height: 28.5pt;"><b>Melhor Vinho</b></td></tr>
</tbody></table>
<table style="border-collapse: collapse; width: 620px;"><tbody>
<tr height="38" style="height: 28.5pt;"><td class="xl103"><b>Quinta da Touriga Chã 2014 </b></td><td class="xl128"><b>Jorge Rosas Vinhos</b></td></tr>
</tbody></table>
</td></tr>
<tr height="38" style="height: 28.5pt;"><td class="xl92" height="38" style="height: 28.5pt;"></td>
<td class="xl103"></td><td class="xl128"></td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl142" height="200" rowspan="10" style="height: 150.0pt; width: 80pt;" width="107"><b>Medalha de Ouro</b></td>
<td class="xl106">Adão António Aguiar Grande Reserva 2015 </td>
<td class="xl129">Adão & Filhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Crasto Superior Syrah 2014</td>
<td class="xl125">Quinta do Crasto</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Duas Quintas Reserva 2014 </td>
<td class="xl125">Adriano Ramos Pinto Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Duorum Vinhas Velhas Reserva 2015</td>
<td class="xl125">Duorum Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Maritávora Nº 2 Grande Reserva 2013 </td>
<td class="xl125">Maritávora</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Moinhos do Côa Reserva 2014 </td>
<td class="xl125">Artur Adriano Proença Rodrigues</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Quinta da Leda 2014</td>
<td class="xl125">Sogrape Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Quinta da Sequeira Reserva 2014</td>
<td class="xl125">Quinta da Sequeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl106">Quinta do Vesúvio 2012 </td>
<td class="xl125">Symington Family Estates</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl105">Terras do Grifo Grande Reserva 2014</td>
<td class="xl127">Rozès</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl145" height="380" rowspan="19" style="height: 285.0pt; width: 80pt;" width="107"><b>Medalha de Prata</b></td>
<td class="xl99">Cadão Reserva 2013</td>
<td class="xl124">Mateus e Sequeira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Casa da Palmeira Reserva 2012</td>
<td class="xl125">Manuel Joaquim Pinto</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Castelo d´Alba Limited Edition 2013</td>
<td class="xl125">Rui Roboredo Madeira Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Crasto Superior 2014</td>
<td class="xl125">Quinta do Crasto</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Dona Berta Reserva 2013</td>
<td class="xl125">H.& F. Verdelho</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Duvalley Reserva 2013</td>
<td class="xl125">Quinta Picos do Couto</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Holminhos 2012</td>
<td class="xl125">Quinta Holminhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">In Culto 2014</td>
<td class="xl125">Zero Defeitos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Mapa Reserva Especial 2014</td>
<td class="xl125">Mapa</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Pai Horácio Grande Reserva 2013</td>
<td class="xl125">Vinilourenço</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Palato do Côa Reserva 2013</td>
<td class="xl125">5 Bagos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta Azinhate Reserva 2013</td>
<td class="xl125">H. Abrantes - Wines</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta Dona Doroteia Reserva 2014</td>
<td class="xl125">Sebastião Augusto Oliveira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta da Terrincha Lote T14 2014</td>
<td class="xl125">Quinta da Terrincha</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta do Couquinho 2014</td>
<td class="xl125">Quinta do Couquinho Soc. Agrícola</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta dos Quatro Ventos 2014</td>
<td class="xl125">Aliança Vinhos de Portugal</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta dos Romanos Reserva 2014</td>
<td class="xl125">Maria Lucinda Todo Bom Damião Cardoso</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Remisi’Us Reserva 2014</td>
<td class="xl125">Carrelo & Covas Consultores</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl101">Vale do Malhô Reserva 2014</td>
<td class="xl127">Sebastião Augusto Oliveira</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl140" colspan="3" height="20" style="height: 15.0pt; width: 465pt;" width="620"><b><br />Categoria Vinho do PORTO</b></td>
</tr>
<tr height="38" style="height: 28.5pt;">
<td class="xl107" height="38" style="height: 28.5pt;"><b>Melhor Vinho</b></td>
<td class="xl123" style="width: 194pt;" width="259"><b>Cockburn´s Quinta dos Canais Vintage 2007</b></td>
<td class="xl123" style="width: 191pt;" width="254"><b>Symington Family Estates</b></td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl145" height="40" rowspan="2" style="height: 30.0pt; width: 80pt;" width="107"><b>Medalha de Ouro</b></td>
<td class="xl99">Amável Costa Tawny 40 Anos</td>
<td class="xl99">Agostinho Amável Costa</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Quinta de Ervamoira Tawny 10 anos</td>
<td class="xl100">Adriano Ramos Pinto Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl142" height="60" rowspan="3" style="height: 45.0pt; width: 80pt;" width="107">Medalha de Prata</td>
<td class="xl102">Amável Costa Tawny 10 Anos</td>
<td class="xl102">Agostinho Amável Costa</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl100">Duorum Vintage 2011</td>
<td class="xl100">Duorum Vinhos</td>
</tr>
<tr height="20" style="height: 15.0pt;">
<td class="xl101">Quinta do Vesúvio Vintage 2001</td>
<td class="xl101">Symington Family Estates</td>
</tr>
</tbody></table>
joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-65620219912745349832017-03-12T09:10:00.001-07:002017-03-12T09:10:54.977-07:00Reborn / Renascer<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXiV2MWJyeJICZh_D1L3aT6n8Qg8uH5kbFC4ioyVsjJ63lMzayWDtaBaOcjWYx_0MALCyQQnU0yI2kiua-6zJQpHpu14GMNimgniNxYNhTUHJTzvH9Cu8M4ObSauXzNcAh2D9Koe53OnM/s1600/rebentos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXiV2MWJyeJICZh_D1L3aT6n8Qg8uH5kbFC4ioyVsjJ63lMzayWDtaBaOcjWYx_0MALCyQQnU0yI2kiua-6zJQpHpu14GMNimgniNxYNhTUHJTzvH9Cu8M4ObSauXzNcAh2D9Koe53OnM/s320/rebentos.jpg" width="314" /></a></div>
<br />joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-79336523822030790892017-02-20T10:37:00.000-08:002017-02-21T03:21:37.962-08:00O Chefe não estava<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzOId9fsCJ-MPxrPEYW75XJ-kBQ42spNWJFxshpoY21oGaChh4Wy7oWPELaLzcPeJEtnSOyw12dsoguzHKjC7MrM9KmzF6GLE6JVZIurgBrRbJAkf-Pfv1TPzrIddVqL45F0Jxm6ByCeQ/s1600/Restaurante.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzOId9fsCJ-MPxrPEYW75XJ-kBQ42spNWJFxshpoY21oGaChh4Wy7oWPELaLzcPeJEtnSOyw12dsoguzHKjC7MrM9KmzF6GLE6JVZIurgBrRbJAkf-Pfv1TPzrIddVqL45F0Jxm6ByCeQ/s320/Restaurante.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Um amigo meu contava-me este fim de semana que tinha ido pela primeira vez a um restaurante estrelado numa cidade onde estava de visita. Fiquei curioso para saber como tinha corrido a experiência até porque é um espaço relativamente novo que eu também não conheço e para o qual tinha bastantes expectativas. Esse meu amigo, verdadeiro gourmand e grande conhecedor do meio confessou-me que as coisas não correram nada bem e que a impressão final foi muito decepcionante tendo em conta as expectativas. Como eu já conhecia algum do trabalho anterior do chefe em questão e tenho dele uma boa impressão, estranhei o veredicto. A menos que... Ouve lá, o chefe estava presente? Não, não estava nesse dia, respondeu. Se calhar isso explica muita coisa, rematou.<br />
<br />
Pois, lá explicar, explica mas não deveria justificar. Mas esta é uma pecha que tenho encontrado muitas vezes em restaurantes portugueses com pretensões que ficam com a imagem afectada por uma sucessão de pequenas coisas que não sendo cada uma delas especialmente grave, fazem no conjunto passar uma imagem não consentânea com o estatuto alcançado.<br />
<br />
Seja pela desatenção de esquecer um ingrediente, ou às vezes até um prato na sucessão do menu, seja por deixar passar um ponto de cozedura, por encontrar uma espinha ou um osso onde eles não deveriam estar, por ter sal ou pimenta em excesso, pelo molho que estava deslaçado, ou a pele do bicho que não estava com o crocante que devia, seja ainda por uma falha grave no serviço, a verdade é que são já demasiadas vezes em que se notam diferenças sensíveis entre uma e outra noites que não eram suposto haver.<br />
<br />
Muitos serão levados a pensar que o estatuto mediático que os chefes hoje em dia alcançaram faz deles muitas vezes estrelas incontornáveis e que portanto a sua presença ou ausência nos restaurantes em que dão a cara se faça devidamente notar. Até certo ponto poderemos compreender que há dias e dias, certo?<br />
<br />
Nada mais errado. Primeiro, o preço final que o cliente paga não varia de dia para dia em função do chefe estar ou não presente. Depois se se atinge um estatuto de excepção, se até lhe foi atribuída uma estrela, isso quer dizer que estamos perante um estabelecimento de altíssimo nível, que se faz pagar muito bem e que por isso não admite falhas de profissionalismo tão elementares.<br />
<br />
Temos chefes muito bons, criativos e tecnicamente bem apetrechados. Temos uma cozinha de base deliciosa e com personalidade, assente em tradições ancestrais. Temos alimentos e ingredientes de qualidade irrepreensível que são disputados a peso de ouro por alguns dos grandes cozinheiros do mundo.<br />
<br />
O que nos falta, então? Coisa pouca, apenas três itens na minha opinião: consistência, consistência, consistência. Isto é, basicamente fazer o trabalho diário como se estivéssemos a jogar a final dos campeões. E claro, formar e manter uma equipa que não viva ofuscada pelo brilhantismo do chefe mas se sinta ela própria uma estrela que tem que provar todos os dias o seu virtuosismo.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-82330532472916566842017-02-01T03:20:00.002-08:002017-02-01T06:16:17.880-08:00Vinho do Porto: Tawny ou Vintage?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgieb0Qw5vY8-Mn1bbmo6zvi88pXzHlvnVMZpf3tHJbdBHXqVj2P4JP1t1ZTKaj6HJIjELQJfKgzQ3M4eF5INUp0VY7TjNz4wsIGdKxyTSwm6TwwsoKrgbp5YIKP6gu30f05PSEqTObF4A/s1600/caves-vinho-do-porto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgieb0Qw5vY8-Mn1bbmo6zvi88pXzHlvnVMZpf3tHJbdBHXqVj2P4JP1t1ZTKaj6HJIjELQJfKgzQ3M4eF5INUp0VY7TjNz4wsIGdKxyTSwm6TwwsoKrgbp5YIKP6gu30f05PSEqTObF4A/s320/caves-vinho-do-porto.jpg" width="320" /></a></div>
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Luis Lopes, no editorial da Revista de Vinhos deste mês, discorre sobre o vinho do Porto e fala da velha dicotomia entre os vintage e os tawnies velhos. Para quem não está dentro do assunto, estamos a falar de duas categorias superiores de Portos, sendo que, simplificando, os vintage são vinhos de qualidade superior, oriundos de uma só colheita e que são engarrafados muito cedo, enquanto que os tawnies são resultado de um lote de vinhos de vários anos que envelhecem lentamente em barricas ao longo dos anos e que só pouco antes da colocação no mercado são engarrafados. Daqui resultam vinhos muito diferentes, embora ambos fascinantes e misteriosos.<br />
<br />
Costuma dizer-se, com alguma razão, que o vintage é obra da natureza e o tawny é obra do homem.<br />
Apesar das diferenças, estes dois estilos têm, na minha opinião, uma particularidade em comum. Só atingem a sua plenitude com alguma idade. Sobre os tawnies novos nem vale a pena perder muito tempo. Até pelo preço que chegam ao mercado e os vemos expostos nas prateleiras dos supermercados, é fácil chegar à conclusão que aquela cor aloirada não pode resultar do envelhecimento natural e essa coisa da galinha gorda por pouco dinheiro é uma impossibilidade prática. No que se refere aos Porto vintage novos, reconheço que a situação é diferente porque estamos a falar de vinhos de gama superior e também porque há consumidores que gostam deles novos e pujantes, carregados de cor e de fruta. Em tempos houve uma moda, sobretudo nos EUA, que achavam os novos vintage como a companhia ideal para um charuto, Não partilho inteiramente esta opinião mas entendo o conceito.<br />
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Seja como for, nada se compara ao prazer de experimentar um vinho do Porto de qualidade, sujeito à prova do tempo. Quem já teve a fortuna de provar Portos velhos, sabe que estou a falar dos melhores vinhos fortificados do mundo. Provados ligeiramente refrescados (nunca à temperatura ambiente) eles conseguem mostrar o melhor das suas virtudes. E tendo tido oportunidade, por razões de oficio e de circunstância, de ter provado tanto velhos vintage como tawnies envelhecidos, fui desenvolvendo com o tempo uma preferência que hoje é clara no meu espírito e que aqui assumo.<br />
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Para mim, o Porto vintage tem sobretudo um problema de ordem pratica. Como o vinho esteve muito tempo encerrado na garrafa de vidro escuro, sem contacto com o oxigénio, assim que se abre uma garrafa e se enceta aquele cerimonial obrigatório da decantação,começa um processo de oxidação, resultando que ao fim de umas horas o vinho começa a perder qualidades, primeiro os aromas e depois mesmo alguns dos sabores mais interessantes. O Vintage é por isso um vinho cerimonioso que requer um grupo de convivas mais ou menos vasto que consiga despachar uma garrafa no final de um jantar. Outro tanto não acontece com os velhos tawnies ou com os colheitas que são uns tawnies envelhecidos em barricas mas oriundos de um só ano. Como passaram longos anos em contacto com a madeira, desenvolveram um processo lento de oxidação natural que vai clareando cor e desenvolver aromas intensos e vibrantes a torrefacção, frutos secos, casca de laranja, mel, entre outros. A vantagem pratica e não negligenciável é que posso ir bebendo um copo por dia sem significativa alteração das suas qualidades.<br />
<br />
Acresce ainda um outro factor a que dou algum relevo. Na tradição inglesa o vintage bebe-se a acompanhar queijo stilton. E a verdade é que o Porto vintage e aquele queijo pungente e musculado é um match feito no céu. Ou com qualquer outro queijo azul, por exemplo. Na tradição portuguesa, em que o vinho doce se bebe a acompanhar a sobremesa, resulta melhor o tawny envelhecido, sobretudo com doces como as tartes de amendoa, de maçã, ou a maior parte de bolos de fatia. No caso de doces com ovos, acho a combinação mais dificil e aí geralmente vou para outra combinação que não carregue o açúcar.<br />
<br />
Mas o maior prazer que se pode tirar de um velho tawny é bebê-lo mesmo sem comida! É um final de noite extraordinário, aquele momento em que já saciado o estômago e o espírito nos abandonamos na doce lazeira da conversa interminável entre amigos, sem pressas nem amanhãs. É um vinho que dura pela madrugada fora, que resiste horas no copo, muito para além termos sorvido a última gota, em que os aromas perenes nos ficam a envolver num diálogo vivo e interminável. Puro prazer!joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-71786328608180224342017-01-23T08:16:00.000-08:002017-01-30T12:21:10.839-08:00Manchester By the Sea: a fragilidade da condição humana<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJCdtSZXApljeaYjF8SAZrgTNpLfQdGa7mXipqgqNTDuYdeF8NyoSDGrAmW_nWKLPbIgJrH5l7dsicR9RhVpSJhSGY0hl6PDx-vqt1RTZiDyJ1tslKV37EjmHsar-tGL75oXQdAaNPftQ/s1600/Manchester.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJCdtSZXApljeaYjF8SAZrgTNpLfQdGa7mXipqgqNTDuYdeF8NyoSDGrAmW_nWKLPbIgJrH5l7dsicR9RhVpSJhSGY0hl6PDx-vqt1RTZiDyJ1tslKV37EjmHsar-tGL75oXQdAaNPftQ/s1600/Manchester.jpg" /></a></div>
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Há filmes que vemos e descartamos no dia seguinte. Há filmes que nos divertem, outros que nos informam, alguns emocionam-nos. E depois há aqueles - poucos, muito poucos - que não conseguimos esquecer. Manchester By The See será um deles. Não porque seja um dos melhores filmes do mundo (não é!) mas porque nos toca de uma maneira tão poderosa, tão profundamente e tão intensa e que saímos da sala com um nó na garganta.<br />
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Não estamos a falar de um melodrama, de situações mirabolantes que só um argumentista criativo seria capaz de engendrar. Não, e é por isso que este filme é-nos quase insuportavelmente doloroso. Porque as situações retratadas são afinal banais, as personagens são vulgares e anódinas, ali não há heróis nem vilões, apenas gente como nós tocada por uma imensa tragédia sem culpa mas também sem remissão. Há uma contenção que percorre todo o filme e que acentua o impasse. Lembrei-me de uma tragédia Sófocles em que os deuses se divertem em colocar os pobres mortais em situações impossíveis e para as quais parece não haver saída. Mas o facto é que há, apesar de tudo a vida continua e seguimos em frente, carregando às costas um peso que não é igual para todos.<br />
<br />
Este é um filme que vale pelos silêncios, pelas palavras não ditas, às vezes sussurradas outras só afogadas na dor. É um filme em que o trabalho dos actores se impõe e que só por si vale a deslocação. Casey Affleck é enorme, Michelle Williams brilhante e o "puto" Lucas Hedges uma revelação. É um filme sobre a natureza da nossa condição humana, sobre as pequenas vitórias e as grande derrotas, sobre as nossas frustrações mas também e sobretudo sobre a enorme capacidade de sobrevivência que é inerente à nossa espécie.<br />
Um filme imperdível!joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-33631886189641616202017-01-18T10:16:00.000-08:002017-01-18T10:18:13.481-08:00Il Mercato, by Tanka Sapkota: de Itália com amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjz9YehKT3t313d41eFR8xNnPoULpSGio-vPHM7yYORzR2go3fnLqrlBsWP0wH6bJn7LK0krLMuuoAH5QOifQg0oL-kIl859ojaMkI2ap3VgGyfs8hPv_31G4dwFZL1Ym26EZKrrUCNtQ/s1600/Tanka+Sapkota.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjz9YehKT3t313d41eFR8xNnPoULpSGio-vPHM7yYORzR2go3fnLqrlBsWP0wH6bJn7LK0krLMuuoAH5QOifQg0oL-kIl859ojaMkI2ap3VgGyfs8hPv_31G4dwFZL1Ym26EZKrrUCNtQ/s320/Tanka+Sapkota.jpg" width="213" /></a></div>
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Está desvendado o mistério do novo projecto que o chefe Tanka Sapkota sistematicamente referia aos clientes e amigos que o visitaram nos últimos tempos no seu italiano Come Prima. Chama-se Il Mercato, fica no Páteo da Bagatela, na Artilharia 1, em Lisboa e abre ainda este mês de Janeiro.<br />
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Segundo um comunicado de imprensa agora distribuído, Il Mercato pretende ser mais que um simples restaurante. Como o nome indica, inspira-se no conceito de um mercado italiano que procura oferecer uma diversidade de produtos genuínos e ao mesmo tempo combinações de pratos irresistíveis. As possibilidades passam por os clientes poderem escolher os produtos a peso, consumi-los directamente na loja num balcão dedicado, comprar o vinho e fazer as suas próprias combinações. Tentador para os apreciadores da cozinha italiana promete ser a possibilidade de escolher entre mais de 20 tipos de massas frescas produzidas diariamente em frente do cliente, consumi-las no local ou levá-las a peso para casa com os respectivos molhos.<br />
<br />
Com um grande foco no produto, garantindo a sua frescura e autenticidade, o espaço tem a pretensão, segundo o seu promotor, de revolucionar a forma habitual como nos relacionamos com os restaurantes italianos. Sapkota promete trazer de Itália de avião a mozzarella de búfala do dia directamente da Campania, entre outros produtos exclusivos.<br />
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Lisboa está cada vez mais cosmopolita!joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-81932044968019514452017-01-06T09:51:00.001-08:002017-01-06T09:52:37.067-08:00Eu, Daniel Blake: um murro no estômago!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifIw5fq3wxSbXNWxwPNcOP0DhtJR-Vv3a-PhNNfvJrZ7DLbpkApV25WkCwbK9Mdbo3N3T-zUWhNXEPGjEFQzUlXGGd9PlmVS-xb1pF5XdBVtvsoQQQSqKaC3EbMBoNsMT4UlIvHCsrkcY/s1600/Daniel+Blake.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifIw5fq3wxSbXNWxwPNcOP0DhtJR-Vv3a-PhNNfvJrZ7DLbpkApV25WkCwbK9Mdbo3N3T-zUWhNXEPGjEFQzUlXGGd9PlmVS-xb1pF5XdBVtvsoQQQSqKaC3EbMBoNsMT4UlIvHCsrkcY/s1600/Daniel+Blake.jpg" /></a></div>
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O filme do cineasta britânico Ken Loach é um retrato poderoso e profundamente humano de uma certa realidade social que muitas vezes teimamos em não reparar. Falo por mim. Nunca alinhei nas teorias neo liberais hoje em tão em moda de que o mercado é a solução para tudo. Não é! Pelo contrário, acho que o estado social que vingou na Europa após a 2ª guerra mundial, e entre nós apenas a seguir ao 25 de Abril, é a maior criação da humanidade pela forma como conseguiu integrar a generalidade da população num conjunto de direitos básicos que penso serem inerentes à nossa condição humana.<br />
<br />
A verdade é que esta conquista civilizacional dá-nos um conforto ilusório, reforçado pelo facto de sabermos que ela é alimentada pelos nossos impostos, o que origina muitas vezes uma certa desresponsabilização pelos problemas subsistentes. E depois vemos que esse estado providência, generoso nos objectivos, esbarra muitas vezes numa burocracia legalista e implacável que tem sempre mais em conta os regulamentos e procedimentos estabelecidos que as condições e as necessidades específicas do individuo em concreto que é suposto apoiar. É nesta contradição dos termos que se joga a trama do filme levando até ao limite do absurdo uma situação kafkiana em se vê envolvida a personagem principal, Daniel Blake, um marceneiro de 59 anos, viúvo, info-excluído e vitima de um recente ataque cardíaco que o impede de trabalhar mas que não consegue receber a pensão a que teria direito porque não sabe preencher um formulário on line ou não encaixa em nenhuma das situações tipificadas pela segurança social.<br />
<br />
Não se pense contudo que o filme é apenas uma luta inglória do individuo contra a máquina burocrática. É também profundamente comovedor ver como nas situações mais penosas, mesmo no fundo do abismo para que somos atirados, afinal são as pessoas que podem fazer a diferença. Na sua demanda inglória por gabinetes, centros de emprego, banco alimentar, onde a par da indiferença institucional se encontram também algumas almas compassivas, Daniel cruza com Katie, uma jovem mãe solteira com duas crianças, desenraizada como ele, e também ela uma vítima que não passa pelas malhas do sistema. Para mim, é a mensagem mais marcante do filme de Loach. Na interajuda entre os dois seres desvalidos nasce uma ligação forte que quebra a barreira do isolamento e que permite entrever uma luz ao fundo do túnel.<br />
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Numa película em que seria fácil puxar pelo melodrama ou pelo rodriguinho, a narrativa mantém-se contida, linear, rejeitando os arabescos ou sentimentalismos piegas. Um filme que interroga as nossas certezas e nos confronta com a poder cru da realidade.<br />
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A não perder.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-54328019803529396522016-12-30T05:01:00.000-08:002016-12-30T05:14:35.762-08:00Fortaleza do Guincho: Rendido!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQMBtSCRCufQiigyQvFcc3gynSQz4jfU6twgqEaK_aWNWv0l-7F1hTDZWz8zRBQfKwTcbfMGIunO0XZkTpDoYt3KsHNp8WxX-o65NaCdab9GZaiSBeLqD2RV4HGNzl2jWzszTmSFSzTsc/s1600/Fortaleza+do+Guincho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQMBtSCRCufQiigyQvFcc3gynSQz4jfU6twgqEaK_aWNWv0l-7F1hTDZWz8zRBQfKwTcbfMGIunO0XZkTpDoYt3KsHNp8WxX-o65NaCdab9GZaiSBeLqD2RV4HGNzl2jWzszTmSFSzTsc/s320/Fortaleza+do+Guincho.jpg" width="320" /></a></div>
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Tenho uma relação de já há alguns anos com a Fortaleza do Guincho. Em rigor não posso cair na tentação de dizer que é o melhor restaurante (detesto estes títulos absolutos e definitivos que não querem dizer nada) mas posso assegurar que é daqueles poucos em que sempre me senti bem e onde sempre gosto de voltar. Gosto do edifício, aquele velho forte militar do século XVII, bem convertido num boutique hotel de charme. Gosto da soberba vista sobre o oceano, da forma como as aguas quase nos vêm lamber os pés quando batem com estrondo nas rochas do promontório. Gosto do requinte um pouco demodé daquela sala de jantar, cheia de luz e onde o sol se demora a por antes de mergulhar definitivamente lá longe sobre o mar. Gosto ainda muito do serviço, simpático, sempre atento, com um bom equilíbrio que é sempre complicado de manter entre a afabilidade e o profissionalismo.<br />
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E, claro, tenho apreciado as subtis e graduais alterações que tenho notado no estilo da sua cozinha desde os tempos que já lá vão em que o famoso chefe francês Antoine Westerman se tornou consultor e o restaurante entrou na categoria daquilo que se convencionou chamar <i>fine dining. </i>Lembro-me ainda bem do que foi o trajecto do restaurante com o chefe executivo Marc Le Ouedec. Primeiro uma clássica cozinha francesa, depois, lentamente, a descoberta dos produtos portugueses e forma como lentamente os começou a integrar nos menus e a fazê-los brilhar em pratos inspirados. Gostei especialmente do consulado do chefe seguinte, Vicent Farges, sobretudo na última fase em que se libertou definitivamente da tutela de Westerman e assumiu sozinho a responsabilidade da cozinha. A base da sua cozinha e as técnicas continuaram a ser francesas mas ninguém antes dele tinha tirado tanto partido dos mariscos e peixes da nossa costa e elevá-los ao altar da perfeição. Sim, eu era daqueles que achava uma injustiça a falta da segunda estrela Michelin.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO_l60iSPReTSFqWopbTPZc_6icTlCV2zO6hoE4BXDL7VNc2oKYpJU6FkLKH60oVzKt4ILIyOcJrX2wya9yACjR0-eKnpc8DdalKWWYAw83y6OtQf9SwZNWPoUxDD-Jy4RD82uQvcX_44/s1600/miguel-rocha-vieira.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiO_l60iSPReTSFqWopbTPZc_6icTlCV2zO6hoE4BXDL7VNc2oKYpJU6FkLKH60oVzKt4ILIyOcJrX2wya9yACjR0-eKnpc8DdalKWWYAw83y6OtQf9SwZNWPoUxDD-Jy4RD82uQvcX_44/s400/miguel-rocha-vieira.jpg" width="400" /></a></div>
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<b>A nova Fortaleza com Miguel Rocha Vieira</b><br />
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Por isso, quando há pouco mais de um ano apareceu a notícia da saída de Vicent Farges da Fortaleza, confesso que a primeira sensação foi de um certo desconforto. Não gostamos de abdicar aquilo que temos por adquirido. O nome do novo chefe executivo, Miguel Rocha Vieira (MRV), despertou-me sentimentos contraditórios. Gostei muito da aposta num cozinheiro português, contrariando a ideia que fez cá vencimento durante muito tempo que os chefes de fine dining com estrelas ou aspirantes a estrelas teriam que ser estrangeiros (obrigado José Avillez por ter desbravado este caminho!). Por outro lado, nada sabia dele, para além ter já conquistado a estrela no restaurante Costes, em Budapeste (a primeira da Hungria!) e de aparecer muitas vezes como júri em concursos de televisão com uma imagem nem sempre bem conseguida.<br />
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Quando a simpática e muito profissional Ana Músico, responsável pela comunicação da Fortaleza do Guincho convidou uma pequena poule de jornalistas e gastrónomos a visitar o restaurante e experimentar o novo menu, já da responsabilidade do novo Chefe, as impressões resultaram um pouco inconclusivas. Porque se por um lado já se percebia ali, naquelas propostas, um grande domínio de técnicas, uma atenção no detalhe e uma certa irreverencia refrescante, tornava-se difícil compreender um linha de rumo, uma coerência estruturante da nova carta, com várias propostas que sendo em si interessantes, resultavam para mim algo confusas no conjunto. Percebia-se que se estava ali a construir alguma coisa, percebia-se o desejo de ruptura com o passado recente, que se descortinava também na decoração do espaço, na nova aparelhagem da mesa num certo despojamento estilístico mas não era claro, pelo menos para mim, para onde se pretendia caminhar.<br />
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<b>2ª volta conclusiva</b><br />
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Um ano depois. tenho que confessar, tudo agora é mais claro. Quis o acaso que voltasse ao restaurante duas vezes com um ligeiro intervalo, uma num almoço particular e noutra, a novo convite da casa e as coisas começaram a fazer sentido. Há o desejo assumido de honrar uma tradição gastronómica portuguesa, pondo em destaque os produtos nacionais, apelando a uma memória de sabores genuínos e inserindo-os numa encenação vistosa, em geral bem conseguida com um ou outro pormenor excessivo ou de gosto mais duvidoso.<br />
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<b>As entradas</b><br />
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Por exemplo, logo nos snacks de entrada evoca-se a prática quase caída em desuso da secagem do peixe ao sol na Nazaré com a espectacular <b>Brandade de carapau</b> sobre a telha de tinta de choco e grão-de-bico. Pena que o vistoso carapau seco sobre a rede seja só para vista, contrariando o velho princípio de que tudo o que vem para o prato é comestível. Noutro snack, é extraordinário de sabor o micro P<b>astel de massa tenra</b> de caldeirada de safio que vem acompanhado por um shot de cerveja artesanal. Brilhante a ideia do <b>Habitat de percebes, </b>em que os comensais são convidados a aspergir um pó de algas sobre os sabores delicados dos moluscos, envolvidos por um puré de laranja e uma maionese de ostras contrapondo aos sabores mais vincados dos cogumelos shimeji braseados. Pungente de sabor, o <b>Pimento grelhado</b>, recheado com a essência da cabeça de peixe e do creme de pimentos vermelhos.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizRHXM_nz6n7n-PUboW7UMfE4eAK4HnHCYcG4CTaOL0UPsPewQiUBUmt2o-UYeB0ugBxRKJLTR7iQ02wKsoa1PlwTIwzUb0JuvvhaNPmCfHxeJNAwR0QZxO55JndZJ1_Bau8ISo24W8Mc/s1600/Fortaleza+do+Guincho+manteigas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizRHXM_nz6n7n-PUboW7UMfE4eAK4HnHCYcG4CTaOL0UPsPewQiUBUmt2o-UYeB0ugBxRKJLTR7iQ02wKsoa1PlwTIwzUb0JuvvhaNPmCfHxeJNAwR0QZxO55JndZJ1_Bau8ISo24W8Mc/s320/Fortaleza+do+Guincho+manteigas.jpg" width="240" /></a></div>
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Entre as entradas e os pratos, põem-nos na mesa uma bonita pedra polida onde parecem jazer quatro coloridas criaturas marinhas. É um engano e uma maldade! São manteigas, senhores, de sabores intensos e misteriosos, que não resistimos a barrar nos pães crocantes, um tortura viciante a que dificilmente conseguimos resistir.<br />
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<b>Do mar</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqrC15NTfxhAp444QXTxRgcymdcblgePcMaoE5cJnO_kjFkCj0B7XEH9Ua02wr2ZWbPGlTIaRkeD7emSItO2YkbAMkaA68cNCtHRVpj0zwQyT_LMJE8xWrejTOFGW8LK8yxYRSxn2B1fI/s1600/Fortaleza+do+Guincho+lagostim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqrC15NTfxhAp444QXTxRgcymdcblgePcMaoE5cJnO_kjFkCj0B7XEH9Ua02wr2ZWbPGlTIaRkeD7emSItO2YkbAMkaA68cNCtHRVpj0zwQyT_LMJE8xWrejTOFGW8LK8yxYRSxn2B1fI/s320/Fortaleza+do+Guincho+lagostim.jpg" width="240" /></a></div>
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Entrado nos pratos, o <b>Carabineiro do Algarve </b>estava irrepreensível bem conjugado com as várias texturas das cenouras e citrinos, acentuando o toque de frescura a que o caldo das cabeças do marisco, que é vertido depois, empresta uma grande complexidade.<br />
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Outra revisitação leva-nos a Setúbal e à memória do <b>Choco frito</b>, aqui servido sob a forma de três pequenos nacos com maionese de bergomota e menta. Para mim é um dos exemplos da decoração maximalista e excessiva com a carcaça do choco seco, das conchas e da rede de pesca a pesarem visualmente no conjunto. Mas o "momento", como agora se diz, é salvo pelo belo <b>Filete de salmonete</b> a vapor (foto da direita) com os tentáculos do choco e o molho da sua tinta.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLk0h7ia4n5enMGm8_1DD1lfR8o-LtnBYSctfGRO8CUW_V60EdZzSkJUOhcwPjrl9FROrb0WQIrTo2Rkr7piHMHrC1-WU3oA7i12EZlkmieg16k1P7iu-dovnGvNCya8qkfOBJfKUbyg/s1600/Fortaleza+do+Guincho+pargo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqLk0h7ia4n5enMGm8_1DD1lfR8o-LtnBYSctfGRO8CUW_V60EdZzSkJUOhcwPjrl9FROrb0WQIrTo2Rkr7piHMHrC1-WU3oA7i12EZlkmieg16k1P7iu-dovnGvNCya8qkfOBJfKUbyg/s320/Fortaleza+do+Guincho+pargo.jpg" width="240" /></a></div>
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Notável é o prato de peixe seguinte: um fino <b>Filete de pargo</b> com cevadinha em forma de risotto e , ladeado de dois molhos de funcho que não se fundem e entre si contrastam.<br />
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<b>Da terra</b><br />
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Na ementa que nos foi servida, a carne foi representada por um prato que MRV chamou "Da Cabeça aos pés". Como o nome deixa adivinhar é uma evocação do tradicional aproveitamento total do porco que vem aqui servido em forma de naco acompanhado por um saboroso xerém de ameijoas e cebolas (lembrando a carne de porco à Alentejana) e ainda uma terrina do mesmo reco feita com as partes moles do dito. Não posso negar que os sabores eram deliciosos mas a combinação e sobretudo o desdobramento em dois pratos, acabam por resultar um pouco confusos.<br />
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<b>Dos doces</b><br />
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A refeição termina com a apresentação de duas sobremesas. A primeira, chamada <b>Dunas do Guincho, </b>é muito bem conseguida, tanto em termos visuais como de paladar. Os sabores dos frutos secos em várias texturas, evocando o pinhal das redondezas, é muito apelativa e conquistará o agrado geral. A segunda, chamada de <b>Memórias da minha infância</b>, é menos espectacular (tirando o facto do próprio prato vir tingido de um vermelho vivo comestível) mas agradou-me por ser leve e pouco doce. É um tributo à tigelada, acompanhado de um sorbet de marmelo e marmelada, num bom equilíbrio entre a acidez e o açúcar.<br />
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Um ano depois de assumir a chefia do restaurante, a cozinha de MRV revela-se com um princípio identificador, assumindo sem complexos um corte com o passado recente. A recriação de pratos baseados na cozinha tradicional ou na sua interpretação mais ou menos livre, ao mesmo tempo que se recuperam ingredientes e sabores, alguns deles já quase perdidos na memória, tem indiscutível mérito e pode funcionar como um impressivo cartão de visita da gastronomia portuguesa a quem nos visita. Sabendo que a maioria dos clientes da Fortaleza são estrangeiros, penso ser a opção acertada.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-35648577943176347302016-12-26T05:31:00.000-08:002016-12-26T15:27:45.654-08:00Era assim o meu Natal<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0gRbCKD1ogE4KMRiTORCbt6Cm_FBM5QA98A_t0nr60m_sEnP5MvT1Zlv0Ep2w25OckbdqBYFA1Voj-Ou6EdKLPFyGz9uStBSN-i4-sG6klYkxiOUFRwX01FvNQeGCoyvoMFWKgqpOlbg/s1600/presepio-natal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0gRbCKD1ogE4KMRiTORCbt6Cm_FBM5QA98A_t0nr60m_sEnP5MvT1Zlv0Ep2w25OckbdqBYFA1Voj-Ou6EdKLPFyGz9uStBSN-i4-sG6klYkxiOUFRwX01FvNQeGCoyvoMFWKgqpOlbg/s320/presepio-natal.jpg" width="320" /></a></div>
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Não faço parte daquele tipo de pessoas que gostam de proclamar alto e bom som o seu desprezo pelo Natal. Para mim, o Natal é ainda uma época especial e se é verdade que à medida que avançamos na idade, as coisas se vão diluindo um pouco e a inocência há muito se foi, continuo a celebrar a festa a a manter vivas tradições que fazem parte da nossa identidade.<br />
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O Natal, para mim, remete inevitavelmente para a infância, aquele tempo absoluto que nos marcou e moldou definitivamente. A minha infância foi passada nos anos 60 no Tramagal e é daí que tenho as mais impressivas recordações do Natal. O nosso Natal era sempre vivido só a quatro, com os meus Pais e o meu irmão. Numa família conservadora e profundamente religiosa, o símbolo do Natal era evidentemente o presépio que a árvore de Natal só muito mais tarde entrou em casa por pressão de nós as crianças, certamente já contaminadas por influência exterior. Mas a verdade é que a montagem do presépio nos entusiasmava bastante. Lembro-me de ir para o pinhal com um carrinho de mão para apanhar musgo e algumas pedras para a construção da gruta natalícia. Havia evidente prazer no trabalho de montar esse cenário idílico no qual colocávamos depois as figuras das personagens depois de cuidadosamente desembrulhadas das caixas onde dormiram durante o resto do ano. Não era um presépio rico, apenas com meia dúzia de peças, incluindo a Sagrada Familia, alguns pastores e umas poucas ovelhinhas. Mas era uma representação que preenchia toda a nossa imaginação e com a qual nos entretinhamos a brincar, o que levou uma vez que tivéssemos partido o Menino Jesus para nosso desespero. Minha Mãe ensinava-nos que as nossas boas acções (ou sacrifícios, já não sei bem!) que pudéssemos praticar faziam crescer as palhinhas da manjedoura que aqueciam o Menino e levávamos o conselho à letra.<br />
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Naquele tempo não havia ainda Pai Natal, tido como um símbolo mais ou menos pagão. Os pedidos de presentes eram feitos ao Menino Jesus a quem escrevíamos cartas, assegurando que nos portamos bem e de quem depois esperávamos com ansiedade se os nossos desejos tinham sido satisfeitos. Quando éramos muito pequenos, não tínhamos autorização para ficar acordados até à meia noite pelo que a magia da abertura dos embrulhos só acontecia no dia 25 de manhã. Já um pouco mais crescidos, começámos a ir à Missa do Galo e esse ritual passou a fazer parte da tradição natalícia. Ao contrário do que se possa pensar, devo dizer que gostava de ir à Missa do Galo. Era uma Missa festiva, com muitos cânticos e uma atmosfera especial, fruto da presença de muitas pessoas vindas de fora e que eu nunca via no resto do ano. A Missa terminava sempre com a cerimónia do beijo ao Menino Jesus e encantava-me ver as longas filas de gente à espera de se ajoelharem em frente do padre que exibia a imagem reluzente (e certamente lambuzada!) do Menino.<br />
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Indissociável do Natal eram também as tradições à mesa. Minha mãe era uma boa cozinheira e excelente doceira e nessa época fazia questão de nos tornar isso bem evidente. O prato do jantar da véspera era o bacalhau que eu na época não apreciava por aí além mas que compensava depois pela prova dos muitos doces postos na mesa. Nos fritos havia sobretudo dois tipos de coscorões, um com um formato de uma flor que o meu Pai ajudava a fritar, usando uma pequena cana recortada com dentes que ajudavam a massa a rodar no óleo e outros que a minha Mãe chamava chamava de "turcos" e que eram uma faixa de massa muito fina e quebradiça enrolada em várias voltas e envolta em açúcar e canela que eram os meus favoritos. Havia ainda as broas de mel de que já falei, um bolo imperial do qual ainda não consegui reproduzir o ponto certo, pudim de ovos, uns pequenos bolos amarelos em forma de papel chamados "pastilhas de Londres", entre muitos outros.<br />
Uma festa para os olhos, uma alegria para os estômagos que não raro era seguida de desarranjos intestinais inevitáveis!<br />
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Era assim o meu Natal.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-70652998448445095452016-12-21T04:24:00.001-08:002016-12-21T04:24:43.724-08:00Ainda a propósito de umas broas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5F5CKtJYjQGXHmdYb8d_tkLdXcf3pS-qQxEkc9MMNrL4bQ4mdtvfOUzgCqf4WeH1X3XroTBbT7NjW_tOxZqKooGhZ-rLRyfXAFV12VnwYGyjo5y_QIzd16nKA1GBD119_tu35w1m8m6w/s1600/Broas+de+mel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5F5CKtJYjQGXHmdYb8d_tkLdXcf3pS-qQxEkc9MMNrL4bQ4mdtvfOUzgCqf4WeH1X3XroTBbT7NjW_tOxZqKooGhZ-rLRyfXAFV12VnwYGyjo5y_QIzd16nKA1GBD119_tu35w1m8m6w/s320/Broas+de+mel.jpg" width="240" /></a></div>
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O curto comentário que fiz no FB sobre as broas de mel de minha Mãe despertaram alguma curiosidade e algumas pessoas amigas chegaram-me a pedir a receita. Não tenho problema nenhum em divulgá-la no fim deste texto até porque a comida só tem verdadeiro sabor quando é partilhada.<br />
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Como já disse era por altura dos Santos na aldeia (hoje vila) do Tramagal, concelho de Abrantes, que se fazem as ditas broas. Para nós, crianças, esta época dos Santos inaugurava o período das festas pleno de emoções que se prolongava até ao Natal e não tem correspondência com o que hoje se vive com a tradição importada do Halloween. O dia de Santos, 1 de Novembro, começava bem cedo e era uma verdadeira festa. Bandos de crianças batiam todas as ruas do Tramagal pedindo «bolinhos, bolinhos, à porta, pelos seus santinhos». Minha Mãe preparava cuidadosamente os sacos de pano que levávamos nesse peditório. Lembro-me que não era um saco de pano qualquer mas um bonito bornal feito em mosaico patchwork, de rendas e lãs que marcavam a diferença e que nos faziam sentir, a mim e ao meu irmão, orgulhosos e especiais.<br />
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As pessoas do Tramagal em geral levavam muito a sério esta tradição dos Santos. Compravam ou preparavam com antecedência iguarias que distribuíam às crianças. Havia chocolates, rebuçados, tremoços, fruta fresca, frutos secos, passas de figo, broas, biscoitos de várias formas e feitios, pães, entre muitas outras guloseimas. Em algumas casas de lavradores mais ricos, era mesmo montada uma banca com os empregados da casa a atender a criançada. Era tanta a fartura que muitas vezes tínhamos que ir a casa despejar o saco antes de continuar a jornada por outra rua. Apesar do clima de festa generalizada, a recepção não era exactamente igualitária. Nas casas de pessoas amigas, mais chegadas, ou que tinham, por uma razão ou outra, mais consideração pela nossa família, o atendimento era especial. «Então vocês são filhos de ....?» «Ah, então esperem aí um pouco, deixem atender primeiro estes meninos» E lá vinha depois um bolo, às vezes mesmo dinheiro, que nos apressávamos a colocar no porquinho mealheiro. Cerca das 11 horas ou ao meio dia havia uma interrupção para a missa e logo depois dela a ronda final do peditório. À hora de almoço, tudo acabava repentinamente. Mas a tarde prometia ser bem passada a separar as ofertas e a comer doces, até a Mãe dizer "já chega que ficam sem apetite para jantar".<br />
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Vamos então às broas. Não tenho a certeza da origem desta receita, que é de resto muito simples, mas penso que a Mãe a herdou da minha Avó que era cozinheira numa casa de família abastada na Praia do Ribatejo. Sei que toda a gente que as provava gostava muito e muitos pediam-lhe a receita mas também me lembro que mesmo essas, quando as provávamos depois, não nos sabiam ao mesmo. Eu próprio demorei a acertar o ponto e os meus filhos eram implacáveis nas críticas durante essas tentativas até finalmente concederem: «agora sim, estão iguais às da Avó». Quando a Mãe faleceu, tive por ponto de honra continuar esta tradição, porque de facto gostamos muito delas, os miúdos pediam-nas e achei que era uma forma de homenagear e eles terem sempre presente a imagem da Avó. Apesar do trabalho, é das coisas em cozinha que faço com mais prazer.<br />
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Broas de Mel e Amêndoas<br />
Ingredientes:<br />
1 chávena de açúcar<br />
1 chávena de água<br />
1 chávena de mel (convém não ser muito escuro)<br />
1 chávena de azeite<br />
2 chávenas mal cheias de farinha de trigo<br />
Amêndoas peladas qb<br />
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Colocam-se os ingredientes, à excepção da farinha, pela ordem indicada, num tacho grande e largo e vai ao lume brando, mexendo de vez em quando. Deixa-se levantar fervura e subir a espuma até à borda do tacho, mexendo sempre.<br />
Retira-se do lume e adiciona-se a farinha, mexendo energicamente para a dissolver o mais possível. Coloca-se outra vez ao lume brando, mexendo sempre para dissolver os grumos de farinha que fiquem até a massa engrossar e soltar-se das paredes do tacho. É preciso alguma força!<br />
Deixe arrefecer um pouco e com a massa ainda quente/morna modele com as mãos o formato fusiforme que vê na foto (cuidado poque queimar as mãos!). Coloque no meio uma amendoa e leve ao forno cerca de 25/30m a 200 graus.<br />
Para mim a verdadeira dificuldade foi acertar no tempo de forno. Para elas ficarem com a consistência que gostamos - crocantes por fora e macias mas compactas por dentro - não podem ter menos (ficam moles) ou de mais (ficam duras) tempo de forno.<br />
Se alguém quiser tentar, boa sorte e bom apetite!joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-61828667705780552982016-12-19T05:42:00.000-08:002016-12-19T08:08:29.380-08:00Alves de Sousa: saber fazer!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwNtM7bgpGNjfFYxcy59BhwQN4WuSUUxj1qMQ8GBBR0g98YfSs8eZV_QqhdnZI_LyhR6agGDfqAYxJ-Ggr2OKMO06MWaHij6yyPOFkV8Yrkls_wg_1TBwH3rpSEj-Vy52tEdwaTE3ZMg/s1600/Alves-de-Sousa-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXwNtM7bgpGNjfFYxcy59BhwQN4WuSUUxj1qMQ8GBBR0g98YfSs8eZV_QqhdnZI_LyhR6agGDfqAYxJ-Ggr2OKMO06MWaHij6yyPOFkV8Yrkls_wg_1TBwH3rpSEj-Vy52tEdwaTE3ZMg/s320/Alves-de-Sousa-1.jpg" width="320" /></a></div>
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<b>Uma empresa estritamente familiar</b><br />
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Das muitas centenas de apresentações de vinhos que já presenciei, os lançamento de Alves de Sousa são seguramente dos mais profissionais e eficazes que se fazem entre nós.<br />
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A empresa é estritamente familiar. Foi já no longínquo princípio dos anos 90, que Domingos Alves de Sousa, filho e neto de viticultores do Douro, que produziam vinho fortificado proveniente das suas quintas para as grandes casas de vinho do Porto, resolve lançar-se na produção e engarrafamento de vinhos do Douro com marca própria. Visão estratégica e determinação não lhe faltaram. E com isso iniciaram um movimento imparável que teve muitos outros seguidores e colocaram os vinhos tranquilos do Douro nas bocas dos consumidores mais exigentes e na admiração da crítica especializada nacional e mundial.<br />
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Os vinhos da Quinta da Gaivosa que foram aparecendo, primeiro sob a direcção de técnica de Anselmo Mendes e nos últimos anos já sob a batuta de Tiago Alves de Sousa, filho de Domingos e entretanto formado em enologia, estiveram sempre entre os melhores do Douro, numa consistência notável. Novas marcas de referencia como a Vinha de Lordelo ou Abandonado, entre muitas outras, vieram completar o lote de vinhos impressionantes que qualquer apreciador gostaria de ter na sua garrafeira.<br />
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Em 2016, a família Alves de Sousa celebra a inauguração de uma nova adega que já é a menina dos seus olhos e permite lançar-se para outros voos. Ainda não tive oportunidade de a visitar mas as fotos apresentadas e a descrição feita da sua traça e das funcionalidades, deixa perceber que haverá um antes e um depois da nova adega.<br />
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<b>Um profissionalismo rigoroso</b><br />
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Sejamos francos. O Douro está hoje na moda e vinhos bons, já muitos produtores, felizmente, os fazem. O que gostaria de realçar agora, inspirado pela apresentação que presenciei ontem à noite no hotel Ritz em Lisboa, é a forma como Domingos e Tiago encenam esta performance anual junto da imprensa especializada e de alguns <i>opinion makers</i>.<br />
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Sem recurso a agências de comunicação e utilizando apenas a prata da casa, os Alves de Sousa conseguem a proeza de ter a sala cheia das pessoas que lhes interessam, fazer uma apresentação fluente e prova de novidades durante uma hora e meia, sustentada por abundante e esclarecedora documentação entregue a cada participante e terminar com um jantar de altíssimo nível onde foram degustados outros vinhos históricos da casa. Nada é deixado ao acaso. É aqui, onde muitos falham, que Alves de Sousa acerta.<br />
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Quem vê há muitos anos trabalhar Domingos Alves de Sousa sabe que ele não deixa nada ao acaso. Atento ao pormenor, minucioso quanto chegue, trabalhador incansável, não deixa de reclamar para si os méritos que reivindica mesmo quando os outros não são tão lépidos a reconhecê-lo. Ficou célebre o seu comentário quando recebeu pela primeira vez o prémio Produtor do Ano, em 1999 (recebê-lo-ia outra vez em 2006!): «Acho que já o merecia!». É esta exigência para si próprio e para os seus que obriga que nos seus actos públicos e nas relações com a comunicação social ele não facilita.<br />
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Acerta, por exemplo na escolha do local. Há muitos anos que se mantém invariavelmente no Ritz. Não por ostentação, embora este será provavelmente o mais caro sítio de Lisboa para se fazer uma prova. Mas porque o hotel e as condições oferecidas, o serviço, o catering lhe garantem uma qualidade que noutros locais não lhe seria dado como adquirido. Onde é importante, não corta custos. Aqui tem a certeza que os copos são adequados, - 11 por pessoa, na apresentação da semana passada - que a temperatura dos vinhos é irrepreensível, que o serviço é feito por gente competente, afável e ao ritmo desejado. Os convidados são bem instalados, e trabalham confortavelmente. A sala é ampla e exclusiva, não havendo interferências de outros eventos, a imersão garantida é total.<br />
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À frente de cada jornalista, uma mesa de trabalho com um completo dossier informativo, papel e lápis. Quem está habituado a receber muita informação inútil ou desadequada, incompleta ou até por vezes mal escrita, reconhece aqui a valia de uma descrição da empresa, do percurso percorrido, dos prémios ganhos, de informações sobre a nova adega recentemente construída, do <i>report</i> com o balanço do ano de vindimas e com a explicação da estratégia da prova. Cada vinho apresentado tem uma ficha completíssima, de onde consta a história do mesmo, a explicação do seu posicionamento no portefólio da casa, as colheitas anteriores, as medalhas ou distinções obtidas, para além das informações técnicas sobre o vinho: as castas, a idade das vinhas, os detalhes da vinificação, do estágio, as características analíticas, etc. Como são muitos anos a fazer isto, eles advinham já muitas das perguntas que os jornalistas costumam fazer: quantas garrafas produzidas, qual o preço de venda ao público, para que mercados se destinam os vinhos, etc.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhomiM7d6usZyoamj6MtWgXKlJOA3Ry8EcOSbg9fwXgUKxbSHP_oRqBurMFX1psFsmoqjphhamsx5tjPuQmadaC8v4D_57obY8KQs775b2nmCs1Hobj1hzN6wPqfqxKojZPmQUoudrsh_M/s1600/quinta_gaviosa3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhomiM7d6usZyoamj6MtWgXKlJOA3Ry8EcOSbg9fwXgUKxbSHP_oRqBurMFX1psFsmoqjphhamsx5tjPuQmadaC8v4D_57obY8KQs775b2nmCs1Hobj1hzN6wPqfqxKojZPmQUoudrsh_M/s320/quinta_gaviosa3.jpg" width="320" /></a></div>
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Gostei sobretudo de ver o jovem Tiago Alves de Sousa a conduzir a prova. Quem o viu há uns anos, a aparecer timidamente ao lado do então enólogo consultor, dando uma achega aqui e outra acolá, não pode deixar de notar a grande segurança e desenvoltura com que fez a apresentação dos 11 vinhos da noite. Aliando uma sólida competência técnica, obtida pela formação do curso de enologia e por pós-graduações e actualizações académicas posteriores, Tiago mostra o profundo conhecimento sobre cada parcela, de cada casta, de cada cepa. E tudo isso com a paixão de quem fala sobre aquilo que é seu. O tom é coloquial e tirando o abuso do bordão "realmente" repetido muitas dezenas de vezes, é muito agradável de seguir. Mal dei pela hora e meia da prova.<br />
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<b>Os vinhos</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmc8g-YJ6j78ydn5luEMJQYB74-azr-AHKW4tEoT3eU0vu07wyOLogxquFmK4aQ8ZEpzNWzVXqzz4bTQ1I8mGMATtv-J_HjbadiLY0JJr2JAzAM-gxer6UdUV1bqzf-_S8m8kRoQk5xqk/s1600/Jantar+Alves+de+Sousa+vinhos.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmc8g-YJ6j78ydn5luEMJQYB74-azr-AHKW4tEoT3eU0vu07wyOLogxquFmK4aQ8ZEpzNWzVXqzz4bTQ1I8mGMATtv-J_HjbadiLY0JJr2JAzAM-gxer6UdUV1bqzf-_S8m8kRoQk5xqk/s320/Jantar+Alves+de+Sousa+vinhos.JPG" width="320" /></a></div>
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Os vinhos apresentados foram dois brancos, sete tintos e dois Portos.<br />
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Dos vinhos brancos foram apresentados o Branco da Gaivosa Grande Reserva 2014 e o Alves de Sousa Pessoal branco 2008. No jantar posterior tivemos ainda a oportunidade de provar o Branco da Gaivosa 2015. Gostei muito do primeiro: profundo, grande complexidade, fruta branca com um toque mineral. Envolvente e sedoso, apoiado numa boa acidez, é um vinho de guarda que já dá prazer a beber à refeição. O estilo do segundo é propositadamente polémico e representa uma aposta da casa que se vem mantendo coerente. Lançar em 2016 um branco de 2008 revela já essa determinação no procurar fazer diferente. Mas a verdade é esta edição está um bocadinho mais acessível relativamente a a colheitas anteriores mesmo para consumidores que em princípio podem não apreciar o estilo. Já não é tanto o "ama-se ou odeia-se" de que falava o pai Domingos. Do perfil, mantém a austeridade agora um pouco mais polida. Um vinho bom para despertar discussões apaixonadas.<br />
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Os três tintos seguintes foram da Quinta Vale da Raposa, todos da colheita de 2013. Touriga Nacional, Sousão e a recuperação da marca Grande Escolha que em tempos tinha sido descontinuada e que agora em boa hora regressa. Está belissimo o Touriga, muito fresco nas suas notas florais e de fruta preta, sedoso com madeira bem integrada. O Sousão confirma o estilo mais rústico, carregado na cor, encorpado, taninos vivos e um bom final. Boa surpresa o Vale da Raposa Grande Escolha. Fruta de boa qualidade, tudo muito afinado, num conjunto de grande <i>finesse</i> e um bom final.<br />
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O Quinta da Gaivosa que foi apresentado foi o 2011 e está tudo dito. Já dá muito prazer em beber agora mas advinha-se um futuro grandioso para quem tiver a paciência de esperar. Gosto sobretudo da qualidade da fruta madura mas com o equilíbrio da frescura, num conjunto que revela grande harmonia e sofisticação. Para além de tudo, é um vinho que costuma funcionar muito bem à mesa, como de resto tivemos oportunidade de verificar no jantar em que foi servido o seu irmão mais velho de 2008, esse também em excelente forma.<br />
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O Vinha de Lordelo, também da colheita de 2011, apresentou-se a seguir. Provém de vinhas velhas com mais de 100 anos, numa parcela da Quinta da Gaivosa que os proprietários desejaram identificar e vinificar separadamente desde 2003. A produção é escassa - apenas um cacho por videira, revelou Tiago - e as mais de 30 castas autóctenes que compõem o lote garantem um vinho cheio de complexidade e de grande profundidade. Apesar de se assumir como de gama superior (vide o preço recomendado de 64€!), para o meu gosto pessoal, prefiro mais o estilo da Quinta da Gaivosa.<br />
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O penúltimo tinto apresentado é o Abandonado, uma marca mais recente que as anteriores mas que já conquistou um lugar de destaque entre os vinhos portugueses mais cotados (80€ cada garrafa!) A colheita apresentada é a de 2013, um ano complexo e não inteiramente consensual. Aqui predominam as notas balsâmicas, um toque mineral e uma estrutura muito sólida, completada por um longo final. é um vinho impressionante, muito apelativo em prova, onde na minha opinião funcionará melhor que acompanhando comida.<br />
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Para acabar a série de tintos, veio o Alves de Sousa Reserva Pessoal 2007. Este vinho, como o nome indica, tem uma filosofia muito própria. Lançado apenas em anos considerados de grande qualidade, tem um estágio longo de pelo menos 7 anos em garrafa depois de ter passado 14 meses em barricas novas. Este 2007 está já numa fase primorosa, ainda com boa cor e com uma fruta de grande qualidade, tudo bem envolvido num conjunto de equilíbrio perfeito entre elegância, corpo e frescura. Um vinho de grande prazer.<br />
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A apresentação finalizou com a prova de dois vinhos do Porto, Fazer Portos para a família Alves de Sousa é sempre voltar à base, aos fundamentos do seu negócio que começou há 5 gerações atrás. Foi por isso natural, que tendo consolidado a imagem da casa com os vinhos do Douro, quisessem também estender a sua assinatura aos vinhos do Porto que sempre fizeram. Apresentaram o Vintage 2013 e o Tawny 20 Anos. Gostei do Vintage, um perfil mais fresco e muito apelativo que se bebe já com grande prazer. Bem conseguido, também o 20 Anos, com um aroma intenso a frutos secos e uma boca onde se nota frescura e elegância.<br />
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<b>O Jantar</b></div>
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Como disse atrás, não é por acaso que o Hotel Ritz é a escolha recorrente das apresentações Alves de Sousa. Se dúvidas houvesse, o menu do jantar assinado pelo chefe executivo Pascal Meynard confirmou mais uma vez a justeza da escolha. Cada um dos pratos foi concebido para fazer brilhar os vinhos que os acompanhavam. Isso foi particularmente evidente no caso do Alves de Sousa Pessoal Branco 2008, servido como o Foie Gras (que bela combinação!), na foto da esquerda, no bacalhau com o Gaivosa 2008 ou nessa apoteose final que foi a bela sobremesa de chocolate e frutos vermelhos que acompanhou o Vintage 2009.<br />
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<br />joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-25010457677775844792016-12-02T05:06:00.001-08:002016-12-05T10:36:07.164-08:00Real Companhia, Velha só de nome<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<b>Celebrar 260 anos com um Porto monumental!</b></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx76clnolnEKWLxc0Gs83MNlNLcsMtBjJS6ud5jUOTkyDzVCVHK-0PX4Dh2ZRZsa4CwIDCNPF7yj0shwV6jcO3OIhgEiz8rUyMxCuHCElU0HowrN8ZMXqfMESBgE2H8bb2VpD7tBZGahg/s1600/RCVPortoCarvalhasMemoriesCaixaAbertaGarrafa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx76clnolnEKWLxc0Gs83MNlNLcsMtBjJS6ud5jUOTkyDzVCVHK-0PX4Dh2ZRZsa4CwIDCNPF7yj0shwV6jcO3OIhgEiz8rUyMxCuHCElU0HowrN8ZMXqfMESBgE2H8bb2VpD7tBZGahg/s1600/RCVPortoCarvalhasMemoriesCaixaAbertaGarrafa.jpg" /></a></div>
Tive recentemente a oportunidade e o privilégio de assistir às comemorações dos 260 anos da Real Companhia Velha. Foi uma jornada inesquecível que se desenrolou por dois dias e permitiu perceber que não há passado que valha se ele não souber projectar-se no futuro. Por tudo o que vi e, sobretudo pelo que provei, é fácil constatar que os caminhos seguidos pela equipa de Pedro Silva Reis e com a direcção enológica de Jorge Moreira, são muito sólidos e consistentes.<br />
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O programa começou com a comemoração histórica dos 260 anos da Companhia. Nas caves de Gaia, por entre pipas centenárias, e com figurantes vestidos a rigor, evocou-se o século XVIII e aquele ano fundador de 1756 em que por alvará régio, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro foi fundada, correspondendo às solicitações expressas de um conjunto de lavradores e homens bons do Porto. Para quem gosta de história e do vinho do Porto, é sempre emocionante poder confrontar-nos com os documentos originais expostos na sala da Administração da RCV e que fazem parte da nossa identidade.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXBkZlx3RUmMnR9FcDePBcl3ktzSgt86HYRxsj2u20evqq8T3YrLF6day-wj5GnQXsH30M7cCMS5EgxnUSwzhtfxJL-SoEoqRYJlFTLU3xf1df-7oPenlAP_pW01nsA-DPnakS0r2XQq8/s1600/RCV+peticao+fundadora.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXBkZlx3RUmMnR9FcDePBcl3ktzSgt86HYRxsj2u20evqq8T3YrLF6day-wj5GnQXsH30M7cCMS5EgxnUSwzhtfxJL-SoEoqRYJlFTLU3xf1df-7oPenlAP_pW01nsA-DPnakS0r2XQq8/s320/RCV+peticao+fundadora.jpg" width="320" /></a></div>
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Mas é claro que a uma Casa de vinhos comemora com vinhos. E a RCV foi desencantar ao baú da memória e às pipas da história um vinho verdadeiramente avassalador. Chamou-lhe <b>Carvalhas Memories,</b> vestiu-o com a dignidade requerida num garrafa de cristal Atlantis e num estojo em madeira Pau Rosa do Brasil e apresentou-o como um objecto de luxo. Este Porto remonta à vindima de 1867, na Quinta das Carvalhas, ali em frente do Pinhão. Na época já era uma quinta de referência, pela sua extensão e qualidade das uvas produzidas, propriedade da firma Miguel de Sousa Guedes que já em meados do século passado se incorporou no património da RCV e é hoje a sua principal jóia da coroa. Fiel à política da Casa, os vinhos tawnies velhos não são regularmente refrescados e conservam-se nos velhos tonéis tal e qual estão. No caso deste, só no engarrafamento final foi ligeiramente refrescado com uma pequena quantidade da colheita de 1900, tendo em vista proporcionar-lhe um pouco mais de vigor e frescura.<br />
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Jorge Moreira teve então oportunidade de explicar o contexto deste Porto histórico com 149 anos de idade. Explicou que o crescente interesse pelos tawnies que hoje assistimos nem sempre foi evidente e que ainda nos últimos anos do século XX eles eram relativamente pouco valorizados. As firmas inglesas sempre puxaram mais para o estilo vintage e por isso a atenção mediática dos críticos e da imprensa em geral estava focada nos vinhos que envelheciam nas garrafas. Felizmente que isso hoje mudou radicalmente e todos reconhecem que a lenta oxidação nos pipos de madeira velha confere aos vinhos fortificados um conjunto de propriedades únicas que transforma estes vinhos em algo de sublime e por sinal, até bem mais adaptados ao acompanhamento da maioria das sobremesas dos portugueses. Não é o caso deste Carvalhas Memories 1867 que não precisa de sobremesa nenhuma para expressar a sua essência. Desenganem-se aqueles que esperavam encontrar aqui um vinho xaroposo, pesado e enjoativo. Essa é a sua maior surpresa. Aqueles atributos que Jorge Moreira defende que caracterizam um grande vinho, estão ali: um equilíbrio admirável e sempre dinâmico entre a intensidade, potência e elegância. Impressiona sobretudo, num vinho tão velho, a extraordinária frescura que ele mantém e mesmo quando foi provado com outros tawnies de idade - 10, 20 e mais de 40 anos - percebe-se a concentração ímpar de aromas complexos mas descobre-se uma leveza que chega a ser inquietante. Enfim, esta foi mesmo uma prova para a história.<br />
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<b>As pontes entre o passado e o presente</b><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1StWyInqleszpihH_xmP_ET5DTcmavy6b6RXg0EPMf4qh_2VC9plcJXkLNOWlT9Q9xhmwILiDu9XPj7IizT_EgDB7l_C7x3uWeVAEigzdth-yUcLVDTYYEcasiYGN6g3_mBnzQuVaoNk/s1600/Grandjo+1925.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1StWyInqleszpihH_xmP_ET5DTcmavy6b6RXg0EPMf4qh_2VC9plcJXkLNOWlT9Q9xhmwILiDu9XPj7IizT_EgDB7l_C7x3uWeVAEigzdth-yUcLVDTYYEcasiYGN6g3_mBnzQuVaoNk/s320/Grandjo+1925.jpeg" width="103" /></a></div>
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A comemoração da história da RCV continuou no jantar que se seguiu à prova. Aos aperitivos - excelente marisco com ostras saborosas e percebes gigantes de intenso sabor a mar - provou-se o Espumante RCV Pinot Noir-Chardonnay 2013 que uns dias antes já tinha justamente impressionado favoravelmente os jurados do Concurso Escolha da Imprensa. E não podia ter começado melhor este jantar quando acompanhando um foie gras (apenas regular) foram generosamente servidas nada menos que algumas das ultimas garrafas do Grandjó Colheita Tardia 1925. Este vinho é um monumento e deveria ser classificado património histórico. Oriundo da Quinta da Granja, nos planaltos de Alijó (o nome Grandjó vem da aglutinação destes dois nomes), é um branco de colheita tardia, não fortificado, feito a partir da mesma casta francesa Semillon que quando atacada pela chamada podridão nobre dá origem aos célebres Sauternes, em Bordéus. Mas senhores, este vinho tem 91 anos!!! A cor de tijolo com reflexos dourados que evidencia no copo deixa antever ao que vamos. Mas é quando lhe pomos o nariz em cima que uma explosão de aromas se deflagra e ficamos anestesiados, tal é complexidade e os sucessivos matizes que vão e vêm numa espiral que parece não ter fim. Na boca as surpresas continuam. Ora nos parece algo seco, ora nos deliciamos com o notável equilíbrio entre a acidez e a doçura e com um final interminável. Há momentos em que as palavras nos faltam para descrever certas emoções.<br />
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A lógica do restante serviço de vinhos no jantar foi curiosa. Segundo explicou Jorge Moreira, a ideia era apresentar algumas das mais recentes novidades entre os topos de gama do Douro a RCV mas mostrando como eles se inseriam numa lógica de continuidade e consistência. Assim, apresentou um vinho antigo que "inspirou" cada uma das novidades. Percebeu-se assim que o Carvalhas branco 2014, é um digno sucessor do Porca de Murça Reserva 1998, o primeiro branco a ser fermentado em madeira, tal como o Carvalhas Vinhas Velhas 2011 (uma criança ainda com muito para andar) se inseria na linha dos Evel Grande Escolha 1996 ou o Granton 1958. Didática e interessante, a experiência. No final, à sobremesa, um grande Porto Vintage 1931 encerrou o jantar com chave de ouro.<br />
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<b>Quinta do Síbio: o futuro é ali.</b><br />
<b><br /></b>
Se a véspera foi mais dedicada à comemoração do passado, o dia seguinte do nosso tour esteve inteiramente dedicado ao presente e a percepcionar os caminhos do futuro da Companhia que sendo velha de nome tem a vitalidade e a irreverência dos jovens. O nosso destino foi o Douro, mais precisamente o vale do Roncão, onde se situa a Quinta do Síbio que visitámos e cujos novos vinhos provámos depois já nas Carvalhas. Até recentemente a Quinta do Síbio não tinha atraído as atenções mediáticas. Não porque os seus pergaminhos não fossem suficientemente vetustos, já que se trata de uma das mais antigas e tradicionais propriedades da RCV (adquirida em 1934!). Mas simplesmente porque a mesma esteve praticamente abandonada durante vários anos e só nos últimos anos sofreu um ambicioso plano de recuperação dos seus patamares e socalcos que obrigaram a um demorado e dispendioso trabalho de reconstrução dos tradicionais muros de xisto e depois a uma replantação das vinhas. Jorge Moreira viu nesta propriedade grandes potencialidades para fazer vinhos do Douro diferentes e entusiasmou com isso a equipa de viticultura e enologia. Uma das ideias é a recuperação de antigas castas esquecidas do Douro, como as brancas Códega, Esgana Cão ou Sercial, Pêro do Bode, Síria, Samarrinho e Touriga Branca ou Cornifesto, Bastardo, e Tourigas Fêmeas, nas tintas. Os 100 hectares agora com vinha dão para fazer ensaios e experiências com estas raridades mas também para produzir vinhos de castas nobres como a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Amarela, Sousão e Tinta Francisca, plantadas em talhões estremes segundo as orientações das novas correntes da viticultura. Importante também são as parcelas com vinha em produção biológica que já se materializam em vinhos ali produzidos, como iremos ver.<br />
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<b>As novas experiências, os novos vinhos</b><br />
<b><br /></b>
Foram quatro os novos vinhos da Quinta do Síbio que tivémos oportunidade de provar tendo em frente o cenário magnífico do Douro, visto do alto da Quinta das Carvalhas. Quinta do Síbio Field Blend branco 2015, produzido de uma parcela de vinhas velhas mas em que o Viosinho é dominante, foi totalmente fermentado e estagiado em inox. Está ainda relativamente fechado no aroma com predomínio de notas vegetais e algum floral. Na boca está mais interessante com bom equilíbrio e excelente acidez que lhe empresta uma frescura cativante.<br />
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O Quinta do Síbio Samarrinho branco 2015 foi mais surpreendente. Primeiro porque é o primeiro vinho inteiramente produzido desta casta, em quantidades diminutas, apenas 800 garrafas. Depois porque o vinho revela já uma boa intensidade aromática com notas florais muito bem conseguidas e algum mineral. Na boca é fresco, reforça a sensação mineral conjugando com uma boa estrutura. Uma casta e um vinho a seguir com atenção em futuras edições.<br />
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O vinho seguinte foi outro branco e não menos intrigante. Começa no nome - Abanico branco 2015. Desta vez a designação provém do nome da parcela, já que a casta, uma variedade de Moscatel sugerida em tempos pelo famoso técnico australiano Richard Smart não está regulamentada no Douro. O vinho é também estagiado em inox e apresenta uma grande exuberância aromática com muitas notas florais e frutadas. No palato apresenta-se com surpresa muito seco e boa acidez. Foi dito que tem um grande potencial de guarda, coisa que só o tempo poderá confirmar.<br />
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Foi já no longo almoço de encerramento da jornada que tivemos oportunidade de provar o Síbio tinto 2014, o topo de gama dos vinhos desta quinta e com preço a condizer (cerca de 50€). É um vinho feito a partir de vinhas de produção biológica das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Francisca e Sousão. A fermentação é feita em partes iguais em lagares tradicionais de granito e de inox e tem 12 mesas de estágio em barricas novas de carvalho francês. O vinho é muito novo, está ainda muito cru mas devo dizer que impressionou bastante. É concentrado, poderoso mas ao mesmo tempo elegante com fruta madura de muito boa qualidade e de grande complexidade. Vai ser curioso ver a sua evolução nos próximos anos.<br />
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Devo dizer, para concluir, que fiquei com uma ideia diferente da que tinha da RCV, antes desta viagem. À imagem tradicional de uma vestuta casa de vinhos de Porto, sobressai agora uma empresa que sem renegar o seu passado e alicerçando-se nele, experimenta caminhos, ensaia experiências e ousa inovar. Afinal, Velha, é só o nome e os seus pergaminhos.<br />
<br />joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-6507081968788530762016-11-29T03:54:00.000-08:002016-12-05T10:36:34.637-08:00Quinta do Vallado: celebrar 300 anos com um vinho mítico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimk9DM2U_jiulDdJuPIPDpSUgX2yoIVm9yO7ymIfouRWxFEgB0nt-1cOU0fQnwE6GYRWHMhg1ovHcNixqkB5lHeyb501QFuX3Qq7isqUh4jQumWwb8FmpTNWL7nY9TdVzn7pgtwqBQesk/s1600/ABF1888.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimk9DM2U_jiulDdJuPIPDpSUgX2yoIVm9yO7ymIfouRWxFEgB0nt-1cOU0fQnwE6GYRWHMhg1ovHcNixqkB5lHeyb501QFuX3Qq7isqUh4jQumWwb8FmpTNWL7nY9TdVzn7pgtwqBQesk/s320/ABF1888.jpeg" width="320" /></a></div>
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Da Quinta do Vallado se poderia repetir a célebre frase da
Baronesa Philippine de Rotschild: «Fazer vinho é um negócio razoavelmente
simples; o difícil são só os primeiros 200 anos!» Só que neste caso, os
antecedentes e os pergaminhos conseguem ainda ir 100 anos mais longe. Segundo a
documentação existente, data de 1716 a constituição desta histórica quinta do
Douro que, um século depois, em 1818, entrava na posse da família que ainda
hoje a detém, pela mão de António Bernardo Ferreira, filho primogénito de Dona
Antónia, a Ferreirinha.<o:p></o:p></div>
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Aproveitando o Encontro com o Vinho e Sabores, a Quinta do
Vallado, nas pessoas dos seus dois administradores João Alvares Ribeiro,
Francisco Ferreira e o enólogo consultor Francisco Olazabal, todos eles tetranetos de Dona Antónia,
entendeu celebrar estas duas datas
históricas próximas, apresentando à imprensa e clientes as suas duas mais
recentes novidades. Como não poderia deixar de ser, tratou-se em primeiro lugar
de exaltar o passado, com a apresentação de um vinho do Porto mítico e
esmagador, o Vallado ABF 1888, ao mesmo tempo que se deixava adivinhar alguns
dos caminhos que o futuro nos reserva com a prova do primeiro vinho do Douro
Superior da Quinta do Orgal, recentemente adquirida pela empresa.<o:p></o:p></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge2HKT1VNQDR8DfLLQDUw575IKl649rghdZGRi2TfXpq9CEwoUH8B11r2HODy6OYntetCF2s_ChHqip6XxeNl1NUTiWJyYbfby2umuS9b-P1jt7uT5pEf42wCY6yHDJYY-KPbtIOC-h58/s1600/Qta+do+Orgal.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEge2HKT1VNQDR8DfLLQDUw575IKl649rghdZGRi2TfXpq9CEwoUH8B11r2HODy6OYntetCF2s_ChHqip6XxeNl1NUTiWJyYbfby2umuS9b-P1jt7uT5pEf42wCY6yHDJYY-KPbtIOC-h58/s320/Qta+do+Orgal.png" width="320" /></a></div>
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A Quinta do Orgal, em Vila Nova de Foz Côa, já tinha sido
notícia pelo facto de ter visto ali nascer uma unidade de enoturismo
absolutamente exemplar, tanto pela arquitectura da sua construção e da ocupação
do espaço como pelas preocupações de sustentabilidade e equilíbrio ecológico
que presidem a todo o projecto. No que à vinha e ao vinho diz respeito, apesar
da sua juventude, é um empreendimento muito pensado, amadurecido. A quinta foi
comprada parcela a parcela, num jogo de persistência e paciência. A plantação
da vinha foi feita de raiz, pois ali não existiam cepas nem memórias delas. A
opção pelo orgânico surgiu com naturalidade, dadas as condições climatéricas do
Douro Superior e das possibilidades que a viticultura ali abre. Mas a boa notícia é que agora os enófilos já podem
provar o primeiro vinho ali produzido, feito a partir dos primeiros 30 hectares
de vinhas novas: o Vallado Douro Superior Organic Vineyards 2014. Trata-se de
um blend de Touriga Nacional, Touriga Franca e uma pequena percentagem de
Sousão que teve um estágio em madeira usada, de forma a preservar a boa
qualidade da sua fruta vermelha de . Na prova, o vinho surpreendeu francamente.
Pelos aromas limpos e finos de fruta vermelha de qualidade, pela sua frescura, polimento
e concentração, notável feito se pensarmos que veio de uma vinha plantada há
pouco mais de três anos. Um nova referencia a seguir com atenção em próximas colheitas.<o:p></o:p></div>
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Mas as atenções da apresentação da Quinta do Vallado estavam
inevitavelmente voltadas para a prova do super Tawny ABF 1888. O vinho é
proveniente de vinhas pré-filoxericas e foi produzido por um pequeno viticultor
do baixo Corgo, vizinho da Quinta do Vallado que o guardou em cascos de 650 L,
onde sempre se manteve. Mais de um século depois, o vinho que restou,
aproximadamente 700 L foi adquirido na totalidade pela Quinta do Vallado que o
engarrafou e agora lançou para a comemoração dos 300 anos da constituição da
propriedade. Um vinho de luxo teria que ter uma apresentação de luxo. As 933
garrafas de 75 cl, são numeradas e embaladas num requintado estojo de madeira
de nogueira maciça feito à mão por um artesão especializado e são acompanhadas
por um decanter de cristal produzido pela Atlantis que é uma réplica do
decanter original utilizado pelo próprio António Bernardo Ferreira em 1830. É
um vinho excepcional, de grande complexidade aromática, de textura viscosa,
grande concentração e com uma acidez surpreendentemente viva que lhe permite
uma nota de frescura que não adivinhávamos num Porto deste calibre. Ia dizer
que termina longo mas é mentira! O vinho teima em não terminar e até o copo já vazio
pode perfeitamente fazer-nos companhia por muitas horas, prolongando o prazer
pela noite fora. Um vinho raríssimo e com um preço que pode parecer escandaloso
para muitos (3.500€!) mas que traduz o crescente interesse e procura de certos mercados
por produtos de hiper luxo. Ver um vinho do Porto atingir tal patamar, afinal, só nos
pode encher de orgulho.<o:p></o:p></div>
joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-28670584039874309372016-11-28T09:17:00.000-08:002017-03-31T05:55:31.522-07:00Uma surpresa gastronómica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-m70XC9X_bXf6PLaDyOFE9LbY67H7PSdynUlyLZmOFca1VMkpqrd8sYAg7qFx3QAqRhUdjNzYkreh1_tqSKTnx3nPH-ilv0xSUKE_X7UWCcLd_NeOwXOtqrSA21YBq0xb8Upg4pI6hHI/s1600/Terra+cha+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-m70XC9X_bXf6PLaDyOFE9LbY67H7PSdynUlyLZmOFca1VMkpqrd8sYAg7qFx3QAqRhUdjNzYkreh1_tqSKTnx3nPH-ilv0xSUKE_X7UWCcLd_NeOwXOtqrSA21YBq0xb8Upg4pI6hHI/s200/Terra+cha+1.jpg" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvZpbrQj6tvUn2mwOlqlvNoZPCGRTLx8__5s0V9v2oZVTjn1BU0aEqIula-CNVinGaIKDQQ3MDYexXuKDJW6XAd_9Obfg0MLSsVK2CxRO4c-7ihpHhMjwZtOLzF2kiRgolPGsrhEe4bag/s1600/Terra+cha+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvZpbrQj6tvUn2mwOlqlvNoZPCGRTLx8__5s0V9v2oZVTjn1BU0aEqIula-CNVinGaIKDQQ3MDYexXuKDJW6XAd_9Obfg0MLSsVK2CxRO4c-7ihpHhMjwZtOLzF2kiRgolPGsrhEe4bag/s200/Terra+cha+2.jpg" width="200" /></a></div>
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Voltei este ano a ser jurado por dois dias no concurso de gastronomia dos vinhos do Tejo. Ao contrário do que se possa pensar é uma maratona exigente e muito dura: no meu caso implicou "almoçar" cinco vezes em cada um dos dias em outros tantos restaurantes que se visitam de uma enfiada, transportados por uma carrinha que galga quilómetros de curvas e buracos num contra-relógio desgastante. É verdade que eu e os meus colegas nos defendemos e que em cada local apenas provamos uma pequena porção dos copiosos pratos que nos põem à frente. Mas em todos eles, a sucessão obrigatória de entrada, prato principal e sobremesa, ainda por cima cada um deles harmonizado com um vinho diferente, engana-nos o estômago e confunde o nosso cérebro. É que o nosso está programado para a a seguir à sobremesa nos sentirmos saciados, não para esperar pelo prato de entrada do restaurante seguinte.<br />
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Apesar de tudo, e na dose moderada que me impus de restringir a aventura aos dois dias da praxe, acaba por ser uma actividade gratificante para quem se interessa por estes assuntos da gastronomia. Vê-se e prova-se muita coisa banal, deparamos com erros de palmatória e associações improváveis e dói sobretudo ver locais respeitáveis e com um traço de autenticidade, saírem fora de pé e arriscarem entrar em aguas que de todo não dominam. E com isso estamparem-se ao comprido.<br />
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Mas é também muito interessante descobrir exemplos de tenacidade e coragem, apostas corajosas de gente simples, ambições legitimas de talentos escondidos. Há por aí muitas coisas espantosas de que não conhecíamos a existência e que se não fosse a oportunidade permaneciam desconhecidas.<br />
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É o caso que aqui trago agora. Falo do restaurante da Cooperativa Terra Chã, em Chãos, Alcobertas, ali para os lados de Rio Maior. O sítio é espectacular e por si só vale a visita. Num dos pontos altos da Serra dos Candeeiros, com vista impressionante para o soberbo vale, nasceu um projecto multidisciplinar que integra um conjunto de actividades ligadas ao turismo da natureza, à silvo-pastorícia, apicultura, dispõe de uma oficina de tecelagem, para além de umas muito exemplares instalações para alojamento de jovens em programas de intercâmbio cultural. E, acima de tudo, têm um restaurante, aberto ao público cinco dias por semana (fecha à segunda). A generosa sala de refeições abre em balcão sobre o vale da serra, com vistas de dezenas de quilómetros. Em dias de boa visibilidade, chega-se a ver a serra da Arrábida. Mas é da comida que queria aqui falar. O restaurante valoriza a gastronomia das aldeias da Serra dos Candeeiros, recuperando os pratos típicos da região. Quase tudo o que é servido no Terra Chã é cultivado localmente. Mais cozinha do terroir, não há! O queijo fresco vem do rebanho com 200 cabras que por ali pastam. O mel das colmeias espalhadas pela serra, as galinhas, da criação da casa, as batatas e a leguminosas são cultivadas localmente. O alecrim, o tomilho, o chícharo, e cabrito serrano mostram-se na maior pureza dos seus sabores. Uma breve leitura da lista de pratos habitualmente disponíveis, ajuda-nos a perceber ao que vamos. Estão preparados? Cabrito serrano à Terra Chã, Galo com nozes, Espetadas no louro, Chiba da serra, Galinha à Terra Chã, Migas com bacalhau e batatas a murro. Se se quiser ficar pelos petiscos, a oferta não será menos tentadora: Morcela de arroz, Chouriço serrano, Moelinhas à Terra Chã, Queijo de cabra bio, Azeitonas com plantas aromáticas, entre outros.<br />
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Da extensa lista apenas provei, o queijo de cabra fresco com mel, o cabrito e o surpreendente pudim de chícharos (os dois últimos, nas fotos em cima). Sem antecipar juízos e desrespeitar o espírito e regulamento do concurso, posso confirmar a autenticidade dos sabores, a franqueza e o apuro dos temperos, a qualidade da matéria prima. E aquelas batatas, senhores! A sobremesa é um achado, ao juntar ao clássico pudim de ovos,a consistência algo rugosa dessa leguminosa parecida com o tremoço tão autêntica mas quase desconhecida. Tudo o resto é simples, quase rudimentar, desde a aparelhagem da mesa, à lista de vinhos exígua, aos copos sofríveis. Mas a simpatia e o sorriso aberto de quem nos recebe, as faces luminosas daquelas cozinheiras de aldeia que lembram as outras cozinheiras de aldeias das nossas memórias, enchem-nos a alma.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-33881259949761236422016-11-11T13:41:00.000-08:002016-11-21T09:43:10.742-08:00Resultados do concurso Escolha da Imprensa<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49r29MnMFSaYuL2SUGJAv3A01sPq9By6yjw__r1CrE74ZUGPIq2NHh3Zk7Ga8nT0Dkc9AQeag2SBbA9_fDjiJtVTQ0_wLFG3CUyFFiMH41uOjUr91_qO6ayOJrXBAsXsyQsMsHpzF0jI/s1600/Escolha+da+Imprensa16+A.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBwONXjxSOltzr9R07xqYQ4vdXHuYyyZqFDDZJ-p7AkarAlV9nep_Eb8ng4p_QcUXnNZ2PlVvYPE7g4L2qUgLlQ1Kg7evderTygayocoNIWswsoe_zp-RL0fe7iJlnsb14oupmtAqIaw/s1600/Escolha+da+Imprensa16+B.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbjA5iqB7qPPw8l3XyKUDBxPqKhyIKP_DPJIBkPP0tmi4b211Fou3kWYsWTDNpteUuIjCWNgnbZfciWU00KrpMoiDTIv-eB3x2in-_rzYDQodJ9WQFsgY-pyPlWhn-Szi5B4N8MXPUTs8/s1600/Escolha+da+Imprensa16+C.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM4CUSzdsXgRI5oYbmbSXnGHahuVHo4aA01CDwrHzSKLlOdBep429HjmY158tedcP4CojACG_NkSJ-CMsl4c02JQJvI0FKBSPxZInM0Wot0eapjyV7FiiV1RSkwedGrq0nulUWXA0NaYA/s1600/Escolha+da+Imprensa16+D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM4CUSzdsXgRI5oYbmbSXnGHahuVHo4aA01CDwrHzSKLlOdBep429HjmY158tedcP4CojACG_NkSJ-CMsl4c02JQJvI0FKBSPxZInM0Wot0eapjyV7FiiV1RSkwedGrq0nulUWXA0NaYA/s200/Escolha+da+Imprensa16+D.jpg" width="71" /><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbjA5iqB7qPPw8l3XyKUDBxPqKhyIKP_DPJIBkPP0tmi4b211Fou3kWYsWTDNpteUuIjCWNgnbZfciWU00KrpMoiDTIv-eB3x2in-_rzYDQodJ9WQFsgY-pyPlWhn-Szi5B4N8MXPUTs8/s200/Escolha+da+Imprensa16+C.jpg" width="90" /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBwONXjxSOltzr9R07xqYQ4vdXHuYyyZqFDDZJ-p7AkarAlV9nep_Eb8ng4p_QcUXnNZ2PlVvYPE7g4L2qUgLlQ1Kg7evderTygayocoNIWswsoe_zp-RL0fe7iJlnsb14oupmtAqIaw/s1600/Escolha+da+Imprensa16+B.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPBwONXjxSOltzr9R07xqYQ4vdXHuYyyZqFDDZJ-p7AkarAlV9nep_Eb8ng4p_QcUXnNZ2PlVvYPE7g4L2qUgLlQ1Kg7evderTygayocoNIWswsoe_zp-RL0fe7iJlnsb14oupmtAqIaw/s200/Escolha+da+Imprensa16+B.jpg" width="78" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49r29MnMFSaYuL2SUGJAv3A01sPq9By6yjw__r1CrE74ZUGPIq2NHh3Zk7Ga8nT0Dkc9AQeag2SBbA9_fDjiJtVTQ0_wLFG3CUyFFiMH41uOjUr91_qO6ayOJrXBAsXsyQsMsHpzF0jI/s1600/Escolha+da+Imprensa16+A.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj49r29MnMFSaYuL2SUGJAv3A01sPq9By6yjw__r1CrE74ZUGPIq2NHh3Zk7Ga8nT0Dkc9AQeag2SBbA9_fDjiJtVTQ0_wLFG3CUyFFiMH41uOjUr91_qO6ayOJrXBAsXsyQsMsHpzF0jI/s200/Escolha+da+Imprensa16+A.jpg" width="89" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<b style="color: red;">O Concurso Escolha da Imprensa</b><br />
<span style="color: red;">Deve ser um caso raro em qualquer parte do
mundo uma publicação especializada em vinhos, como a Revista de Vinhos, convidar colegas dos media para
virem provar vinhos connosco. É contudo uma ideia que nasceu já no ano 2004 e
que, de então para cá, temo-la visto crescer e consolidar. Porque o fazemos?
Não certamente porque precisamos de ajuda na tarefa árdua e exigente de provar
vinhos. Fazemos isso todos os dias e os nossos provadores são profissionais
altamente experimentados, qualquer deles com muitos anos de treino e que fazem
da avaliação de vinhos uma componente importante da sua profissão.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">Mas ao organizar um grande evento como o é o
Encontro Com o Vinho, achamos importante que a maior feira do vinho feita em
Portugal possa transpor barreiras de comunicação e alguns dos melhores vinhos
que ali se apresentam aos consumidores possam também ter o máximo de divulgação
possível por toda a imprensa. Por isso, desde o início, pretendemos que o
concurso não se centrasse na equipa da Revista de Vinhos e que integrasse um
júri que não fosse unicamente constituído por especialistas em prova. Um
concurso que estivesse mais próximo do consumidor de vinhos, que alargasse o
leque de opiniões a pessoas que fossem apreciadores frequentes e interessados,
tal como muitos dos nossos leitores. Ao longo dos anos fomos conhecendo vários
enófilos na comunidade jornalística portuguesa. Alguns são jornalistas que
escrevem regularmente sobre vinhos, mas muitos outros fazem do vinho uma paixão
e não a sua profissão. Os convites foram enviados e o entusiamo das respostas
não tardaram. Nesta edição de 2016 tivemos a presença de 37 jornalistas e
bloggers que provaram cerca de 350 amostras! Os jurados
levaram a prova muito a sério e empenharam-se em dar o melhor de si. Os
resultados que foram anunciados hoje no Encontro Com o Vinho falam por si e
comprovam o rigor com que trabalharam. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;">E as conclusões a que chegaram foram estas:</span></div>
<h3 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Grandes Prémios "Escolha da Imprensa" (Um por cada categoria)</span></u></b></h3>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: red;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">ESPUMANTES</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta da
Calçada Colheita Imperial Minho Reserva </span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">(</span><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Agrimota
Soc. Agrícola e Florestal)</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt;">BRANCOS</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Dory Regional Lisboa Reserva branco 2014 </span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">(</span><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Adegamãe - Soc. Agrícola</span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">)</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;"><br /></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt;">TINTOS</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">MR Premium Reg. Alentejano tinto 2012 </span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">(</span><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Soc. Agrícola D. Diniz</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;"><br /></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt;">FORTIFICADOS</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Kopke Porto Colheita 1966 </span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">(</span><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">Sogevinus Fine Wines</span><span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">)</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;"><br /></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;"><br /></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;">PRÉMIOS "ESCOLHA DA IMPRENSA" (10 vinhos por cada categoria, ordem alfabética)</span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><u><span style="font-family: "calibri" , sans-serif;"><br /></span></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14pt;">ESPUMANTES</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Cabriz
Blanc de Noir Dão Touriga Nacional 2012 (Global Wines)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Marquês
de Marialva Cuvée Bairrada 2011 (Adega Coop. de Cantanhede)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Montanha
Grande Cuvée Baga-Bairrada 2012 (Caves da Montanha - A. Henriques)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Montes
Claros Alentejo 2013 (Adega Coop. de Borba)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Murganheira
Assemblage Távora- Varosa Grande Reserva 2002 (Soc. Agríc. Com. do Varosa)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Murganheira
Cuvée Távora- Varosa Reserva Especial 2006 (Soc. Agríc. Com. do Varosa)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Murganheira
Vintage Távora- Varosa 2007 (Soc. Agríc. Com. do Varosa)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Raposeira
Blanc de Noirs Super Reserva 2011 (Caves da Raposeira)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Real
Companhia Velha Pinot Noir-Chardonnay 2013 (Real Companhia Velha)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">São
Domingos Baga-Bairrada 2012 (Caves do Solar de São Domingos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">BRANCOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Cortes
de Cima Reg. Alentejano Alvarinho branco 2015 (Cortes de Cima)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Grandjó
Douro Late Harvest 2012 (Real Companhia Velha)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Kopke
Douro Reserva branco 2014 (Sogevinus Fine Wines)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Malhadinha
Reg. Alentejano branco 2015 (Herdade da Malhadinha Nova)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Marquesa
de Alorna Do Tejo Grande Reserva branco 2013 (Soc. Agrícola da Alorna)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Monte
da Ravasqueira Reg. Alentejano Reserva branco 2015 (Soc. Agrícola D. Diniz)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Muros
de Melgaço Vinho Verde Alvarinho branco 2015 (Anselmo Mendes Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
do Gradil Reg. Lisboa Chardonnay branco 2015 (Quinta do Gradil - Soc.
Vitivinícola)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Terras
do Grifo Douro Reserve branco 2015 (Rozès)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Varanda
da Serra Dão branco 2014 (Ares do Dão Soc. Vitivinícola)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">ROSÉS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Casa
do Lago Reg. Lisboa rosé 2015 (DFJ Vinhos)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Covela
Reg. Minho rosé 2015 (Lima & Smith)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">H.O
Douro rosé 2015 (Casa Agrícola Horta Osório)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Mil
Caminhos Reg. Lisboa rosé 2015 (Multiwines)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">MR
Premium Reg. Alentejano rosé 2015 (Soc. Agrícola D. Diniz)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Pluma
Vinho Verde rosé 2015 (Casa de Vila Verde Soc. Agrícola)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
da Boa Esperança Reg. Lisboa rosé 2015 (Favorite Purple)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
do Poço do Lobo Bairrada Baga-Pinot Noir Reserva rosé 2015 (Caves São João)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Terras
do Pó Reg. Península de Setúbal rosé 2015 (Casa Ermelinda Freitas Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">TINTOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">1836
Companhia das Lezírias Do Tejo Grande Reserva tinto 2014 (Companhia das
Lezírias)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Crochet
Douro tinto 2014 (Esteban & Tavares)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Grandes
Quintas Vinhas do Cerval Douro tinto 2012 (Soc. Agrícola Casa D´Arrochella)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Herdade
São Miguel Reg. Alentejano Private Collection tinto 2012 (Casa Agrícola
Alexandre Relvas)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Poliphonia
Signature Reg. Alentejano tinto 2012 (Granacer) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
de Pancas Reg. Lisboa Grande Reserva tinto 2012 (Quinta de Pancas Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
dos Murças Douro Reserva tinto 2011 (Murças)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Ribeiro
Santo Dão Grande Escolha tinto 2011 (Magnum - Carlos Lucas Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Três
Bagos Douro Grande Escolha tinto 2011 (Lavradores de Feitoria)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Villa
Oliveira Dão Touriga Nacional tinto 2011 (O Abrigo da Passarela)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: red; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 14.0pt;">FORTIFICADOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Cabriz
Ímpar Vinho Licoroso (Global Wines)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif; mso-ansi-language: EN-US;">Churchill ´s Porto Vintage 2014
(Churchill Graham)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Henriques
& Henriques Madeira Terrantez 20 Years Old (Henriques & Henriques
-Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Poças
Porto Colheita 1992 (Manoel D. Poças Junior - Vinhos)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
da Gaivosa Porto Tawny 20 anos (Domingos Alves de Sousa)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Quinta
Seara d´Ordens Porto Tawny 20 anos (Soc. Agrícola Quinta Seara d´Ordens)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US" style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif; mso-ansi-language: EN-US;">Rozès Porto Tawny 20 Years Old (Rozès)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Soalheira
Porto Old Tawny 20 anos (Soc. dos Vinhos Borges)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Vasques
de Carvalho Porto Tawny 40 anos (Vasques de Carvalho)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #00b050; font-family: "calibri" , sans-serif;">Vista
Alegre Porto Vintage 2014 (Vallegre, Vinhos do Porto)</span><span style="color: #1f497d; font-family: "calibri" , sans-serif; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Parabéns a todos os premiados. </div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Os vinhos estão disponiveis e podem ser provados no Encontro Com o Vinho e Sabores.<br />
<br />
http://www.revistadevinhos.pt/artigos/show.aspx?seccao=noticias&artigo=22156&title=imprensa-portuguesa-escolheu-os-melhores-vinhos-em-concurso&idioma=pt<br />
<br /></div>
joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-32014747732371353802016-11-09T02:04:00.000-08:002016-11-09T05:13:33.069-08:00Resistir<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAULS41UHEYJhK_jQhC7lR_6lLaNtAkjKbG1hDp3-OS-M5G5qMuuSVTe2V4SvD6zAP81Cig03PNa9BxM4ySzKSYHTd0am38yhn8-cxYsEa7Wg1J3I4L7CTawFeatleJpDhL7bOWl9mcyo/s1600/USA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAULS41UHEYJhK_jQhC7lR_6lLaNtAkjKbG1hDp3-OS-M5G5qMuuSVTe2V4SvD6zAP81Cig03PNa9BxM4ySzKSYHTd0am38yhn8-cxYsEa7Wg1J3I4L7CTawFeatleJpDhL7bOWl9mcyo/s320/USA.jpg" width="320" /></a></div>
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Fomos dormir ontem com o conforto de uma quase certeza e acordámos hoje no meio de um pesadelo. O mundo está inquietante, imprevisível e por isso mais perigoso. O que mais assusta é a vaga de populismo demagógico e faccioso que varre várias partes do globo e que a eleição de ontem tornou gritante e incontornável. É o criminoso de delito comum nas Filipinas, é o louco da Coreia do Norte, é o fanático desastrado da Venezuela, são os proto ditadores da Hungria e da Turquia, é o imperialista do Kremlin, é o inacrediváel brexit, é a ameaça Le Pen em França e o mais que aí virá. Como as tendências culturais costumam vir importadas da América, temo uma nova <i>dark age </i>a abater-se sobre nós. Vai muito além da política: são os juízes vitalícios para o Supremo Tribunal que vão impor uma nova agenda de costumes, é sobretudo uma moral assente no fundamentalismo evangélico que despreza a tolerância e teme o que é diferente. Há uma nova jiahd em formação, que se alimenta da outra, a islâmica, que não decapita cabeças mas destrói corações.<br />
<br />
São tempos difíceis que estão aí. Os países a isolarem-se, as relações a esfriarem-se, os muros a erguer-se, o comércio internacional a retrair-se, manietado pelas medidas proteccionistas. Cada um por si e ganha o mais forte.<br />
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Que fazer? Resistir! Não há noite que sempre dure.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-4053758086890965512016-11-04T09:25:00.002-07:002016-11-04T09:25:37.577-07:00O Galo de Barcelos e o triunfo do kitch<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjijo9VaQZxORn0QV64SID-U73qz-o7Z7uk83b5ENINOhIN9nQXkrzlE3h9C-AOeZdCSPYWE0H_aAybO6Es5PfCGpXGrSuzJ9ucC-NrR79A98WbfvpxU8nujUYtotiZbMiwOxIQe5pSGQ/s1600/joana_vasconcelos_popgalo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjijo9VaQZxORn0QV64SID-U73qz-o7Z7uk83b5ENINOhIN9nQXkrzlE3h9C-AOeZdCSPYWE0H_aAybO6Es5PfCGpXGrSuzJ9ucC-NrR79A98WbfvpxU8nujUYtotiZbMiwOxIQe5pSGQ/s320/joana_vasconcelos_popgalo.jpg" width="320" /></a></div>
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Provavelmente não serei bom português mas a verdade é nunca gostei do galo de Barcelos. E menos ainda consigo compreender a dimensão artística da obra de Joana Vasconcelos por muitos incensada.. Não lhe retiro os méritos, atenção. Tem olho para o negócio, um apurado sentido de marketing e uma capacidade notável para reinventar o lugar comum. Mas, apesar do cacilheiro, apesar de Versalhes e das muitas milhares de visitas, custa-me considerar aquilo como arte. São intervenções, serão happenings, serão acontecimentos mediáticos e populares mas à arte, no meu entender, exige-se um pouco mais: a expressão da beleza, uma certa criação do transcendente, uma perenidade que ultrapassa o contexto e fica para sempre.<br />
<br />
Quando olhei para as obras anteriores de Joana Vasconcelos, em que o kitch é o traço dominante, dei por mim a pensar: só te falta mesmo o galo de Barcelos. E não é que ele aí está! Não um galo qualquer mas uma coisa enorme de 10 metros de altura, com 4 toneladas de peso, 17 mil azulejos e, para a coisa atirar assim para o modernaço, 16.000 leds. O triste é que alguém convenceu a Câmara de Lisboa ou o governo, ou sei lá quem, que aquele monstro feérico ficaria bem na Ribeira das Naus, junto ao Tejo amado e maltratado. Pop Galo lhe chamou a artista, inspirando-se no conceito da Pop Art que permite todas as revisitações e todas as cópias. Mas é também um sinal dos tempos. Os mesmos tempos em que a demagogia ganha terreno, o populismo avança,a imitação barata se sobrepõe ao original e os tablóides são campeões de vendas. É o triunfo do kitch.joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-48050748547549499352016-11-03T05:34:00.002-07:002016-11-03T05:36:00.786-07:00E o Vintage também chegou ao Bacalhau<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw0d3-tOxyOt1el7jL2C8O5gs7LWYRPesCYXQ65Mg88MLkIoyrdUrygJL-5aH9mgf9rc1ZzQtkYUUoy27sf-ogEuEQmQpxaPONmn8PLkj7HfETPcvCuzNi_cH22S1Fnlh8J1Lr6U0iZBE/s1600/Bacalhau+Vintage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw0d3-tOxyOt1el7jL2C8O5gs7LWYRPesCYXQ65Mg88MLkIoyrdUrygJL-5aH9mgf9rc1ZzQtkYUUoy27sf-ogEuEQmQpxaPONmn8PLkj7HfETPcvCuzNi_cH22S1Fnlh8J1Lr6U0iZBE/s320/Bacalhau+Vintage.jpg" width="215" /></a></div>
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<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
Desenganem-se os que pensam que o bacalhau é todo igual. A Lugrade acaba de lançar no mercado um bacalhau de origem islandesa de cura prolongada a que chamou Vintage e que pretende ser um produto situado no segmento superior da sua oferta.</div>
<br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;" />
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
A designação Vintage explica-se, nas palavras dos responsáveis pela empresa, porque este bacalhau seco tem uma cura especial de 20 meses, bastante superior ao tempo médio habitualmente usado na seca. Vintage ainda porque não é um produto indiferenciado: a Lugrade escolheu este peixe em concreto, sabe exactamente quando e onde ele foi pescado, fez aí a selecção e, naturalmente, acompanhou todo o processo de salga e cura. Joselito Lucas, administrador comercial da empresa de Coimbra, contou numa apresentação aos jornalistas, que foi em 27 de Fevereiro de 2015, ao largo da baía de Keflavik, na Islândia, onde este espécime foi capturado, processado e salgado no próprio dia. Este método, que diverge de outras práticas habituais em que o peixe é primeiro congelado e só posteriormente salgado, confere, segundo explicou, um conjunto de características em termos de sabor e textura que o tornam de facto especial.</div>
<br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;" />
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
É já na sua fábrica em Coimbra que a Lugrade completa o longo processo de cura. Depois de 7 meses em sal, o gadídeo é inspecionado, atesta-se a sua qualidade e é lavado, seguindo-se a secagem em ambiente de temperatura controlada. Após este processo, o bacalhau inicia mais uma etapa de cerca de 12 meses, chamada repouso, onde adquire a textura e consistência desejada, antes de ser embalado.</div>
<br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;" />
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
No próprio embalamento do Vintage, a Lugrade também quis deixar uma marca especial. É apresentado inteiro, envolvido num saco de sarapilheira, e com um selo distintivo, lembrando os fardos onde o peixe antigamente era acondicionado.</div>
<br style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;" />
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
O Lugrade Vintage 20 meses é um produto de luxo, do qual existem somente 2000 exemplares numerados, sendo naturalmente um pouco mais caro (20%) do que o bacalhau islandês de topo da empresa. A sua comercialização será feita em apenas alguns estabelecimentos selecionados. </div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
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<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
A apresentação do Lugrade Vintage decorreu num jantar no restaurante Tágide, em Lisboa, tendo a ementa sido confeccionada a quatro mãos pelo chefe residente, Nuno Diniz e por Diogo Rocha (Mesa de Lemos). </div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; list-style: none; position: relative;">
A ementa feita para a ocasião constou de: Canja de Bacalhau com Uvas e Empada de Bacalhau em Massa Folhada, os dois primeiros pratos de Nuno Diniz. Seguiu-se o melhor prato da noite, Lombos e Línguas de Diogo Rocha, onde o Lugrade Vintage pode expressar todas as suas potencialidades. </div>
joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-62177241261478196512016-11-02T11:57:00.000-07:002016-11-04T07:46:52.593-07:00Irlanda: 5 - A Comida (Irish Food)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN20XygobvY5Tpzh4NV0tt6JKJpf0Bx2LFiKxzw-Yc3fG61A5OgWwhuPSEeuo5_TnjFUJsXFo9mbethmf8K3NASD_IjyAsjFCsUqrWJyBZrXBgcozGRPEV5i_gcuZcaAi2RtTsIsHyteQ/s1600/01208dc39482c604d86eef68b11f7d51842586c7ce.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN20XygobvY5Tpzh4NV0tt6JKJpf0Bx2LFiKxzw-Yc3fG61A5OgWwhuPSEeuo5_TnjFUJsXFo9mbethmf8K3NASD_IjyAsjFCsUqrWJyBZrXBgcozGRPEV5i_gcuZcaAi2RtTsIsHyteQ/s320/01208dc39482c604d86eef68b11f7d51842586c7ce.jpg" width="239" /></a></div>
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<i><span style="background-color: #fff6e5; color: #333333; font-family: "georgia"; font-size: 16px; line-height: 30px;">Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. </span><br style="background-color: #fff6e5; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;" /><span style="background-color: #fff6e5; color: #333333; font-family: "georgia"; font-size: 16px; line-height: 30px;">Sentir tudo de todas as maneiras. </span><br style="background-color: #fff6e5; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;" /><span style="background-color: #fff6e5; color: #333333; font-family: "georgia"; font-size: 16px; line-height: 30px;">Sentir tudo excessivamente, </span><br style="background-color: #fff6e5; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: georgia; font-size: 16px; line-height: 30px;" /><span style="background-color: #fff6e5; color: #333333; font-family: "georgia"; font-size: 16px; line-height: 30px;">Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas .</span></i><br />
<span style="color: #333333; font-family: "georgia";"><span style="background-color: #fff6e5;"><i>Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)</i></span></span><br />
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Acho que ninguém imagina a Irlanda como um destino gastronómico. Pelo menos eu não conheço depoimentos de turistas a explicarem que foi a comida que os fez vir à Irlanda ou foi esta uma das melhores recordações da sua viagem. É verdade que as outras memórias são bastante impressivas, pelo que isso ajuda a perceber e a relativizar a importância da comida na mais ocidental da ilhas britânicas. Contudo eles comem e comem muito. É esta, de resto, a primeira nota a realçar. As doses são em geral generosas, a comida é substancial, farta e forte. Na maior parte dos casos, uma porção pedida num pub, dá à vontade para duas pessoas, o que ajuda a tornar acessível a maioria das refeições mesmo para os depenados portugueses.<br />
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Breakfast<br />
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O dia começa com o irish breakfast (foto de cima). Este segue de perto o modelo inglês: bacon, black pudding (um tipo de morcela) salsichas e ovo estrelado, A coisa pode ainda ser completada por torradas com manteiga ou doce, para alem do sumo de laranja e do café ou chá. Nada mal para começar, heim? Esta é a ementa típica servida tanto nos hotéis como nos cafés e bakeries para quem não tenha o pequeno almoço incluído na diária.Foi o que aconteceu connosco na nossa estadia em Dublin. Tivemos então oportunidade de ver os dubliners no seu habitat. E sim, eles comem isto tudo ao pequeno almoço. Pela nossa parte ao fim do terceiro dia já estávamos fartos de tanta salsicha e black pudding e foi um Starbucks (quem diria!) que nos reconciliou com um café com leite e um croissant.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheIIGpcAojFRDaF-hWa3rumw0rjg7zNbdngcEzSEKP4CG6Xq3miGiP-zZqWl8-WiG0n46OzvOR4COHul0oukma6Xx07xFDeYgwLNUbvnLQZo6dZg4FCOV5_cj_QXcydyGbWSBQMpsh0E4/s1600/choweder.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheIIGpcAojFRDaF-hWa3rumw0rjg7zNbdngcEzSEKP4CG6Xq3miGiP-zZqWl8-WiG0n46OzvOR4COHul0oukma6Xx07xFDeYgwLNUbvnLQZo6dZg4FCOV5_cj_QXcydyGbWSBQMpsh0E4/s320/choweder.png" width="320" /></a></div>
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Almoço<br />
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Ao almoço, curiosamente, a refeição é mais simples. Vi muitos locais comerem simplesmente uma sopa, uma sandes ou uma salada. As sopas foram uma surpresa, não pela sua diversidade - percebemos depois que eram quase sempre as mesmas em todo o lado - mas pela sua presença universal. A mais comum é o famoso chowder, uma sopa habitual no norte da Europa e nos países saxóncios, de peixe e marisco, feita com natas. É saborosa, nutritiva e os pedaços de peixe e marisco não são escassos. O curioso é que qualquer sopa na Irlanda vem sempre acompanhada de duas fatias de um óptimo pão escuro (soda bread) com dois pacotes de manteiga. O pão e a manteiga não são o equivalente ao couvert em Portugal pois assim que acabas de despachar a sopa, o empregado tende a recolher o pão e a manteiga, ainda que não utilizados. Foi um choque cultural ver a reacçao deles quando lhe pedimos para manter o pão na mesa no resto da refeição!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguz7rmrtS2kYc_PdmK00mKUO3v7H3l0yCLBkGInNlJ-qksAqmECCfKEAti1WnLKb1FCNsPolbe2acfmaotcL4wqNhiL8TZY17Ef4jKDPqjovdMsVSkHRMUt0zdGKfU7-IjJMGaI7zK42I/s1600/Irish+Stew.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguz7rmrtS2kYc_PdmK00mKUO3v7H3l0yCLBkGInNlJ-qksAqmECCfKEAti1WnLKb1FCNsPolbe2acfmaotcL4wqNhiL8TZY17Ef4jKDPqjovdMsVSkHRMUt0zdGKfU7-IjJMGaI7zK42I/s320/Irish+Stew.JPG" width="320" /></a></div>
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Ao jantar<br />
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A refeição mais copiosa é o jantar, que aqui começa cedo para os nossos hábitos. Nem quero acreditar o que se passará com os vizinhos espanhóis, mas a nós avisaram-nos repetidas vezes para nunca chegar tarde ao restaurante, o máximo dos máximos, 7h30/8h00! A oferta, tirando dois casos especiais, em Galway e Kenmare, onde havia a possibilidade de caprichar um pouco e escolher hipóteses uma pouco mais sofisticadas, era em geral repetitiva. Se opção era carne, tinhamos a spare ribs (o equivalente ao nosso entrecosto com molho bbq) ou então o irish stew (guisado de carne e legumes), substancial mas pouco apelativo ao olhar, convenhamos.<br />
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<span id="goog_1601887017"></span><span id="goog_1601887018"></span></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6wYQ5No5P7R_QpmhFd9w1Ht5xTYbzagUaeOWe2V6ny67yhVf7pKngfuan4PV3_q8cRIHn3Uz35EZXcHzudd15K843CDnF7pljZ3L1ljpc8ZUR2gRz1n4K70-P0aKXTc7QL3i7ouPAEM/s1600/fish-and-chips.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiR6wYQ5No5P7R_QpmhFd9w1Ht5xTYbzagUaeOWe2V6ny67yhVf7pKngfuan4PV3_q8cRIHn3Uz35EZXcHzudd15K843CDnF7pljZ3L1ljpc8ZUR2gRz1n4K70-P0aKXTc7QL3i7ouPAEM/s320/fish-and-chips.jpg" width="320" /></a></div>
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Sendo a Irlanda uma ilha, é natural que o peixe fosse abundante e disponível em todo o lado. E é! o modo de preparação é que é monótomo: fish & chips para todos os gostos.Há a versão popular do dito que é servida nos pubs e há versões gourmet em estabelecimentos mais finos, como foi o caso de um em Kinsale, uma bonita cidade piscatória no sul. Ainda hoje estou para perceber a lógica de juntar peixe frito com batatas fritas mas o facto é que o prato é transversal e omnipresente em toda a Irlanda. Por baixo do polme (estaladiço, reconheço!) está um peixe branco indiferenciado. Tal como se vê na foto, os fritos são em geral acompanhados de um esmagado de ervilhas e de um molho tipo aioli. A coisa come-se uma vez para experimentar e fica-se enjoado para o resto da viagem.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDPnuzwB1pIzfPyHu7-hPV8SyMNgP2wHe7-cdXvpRHbWbctX_1DPc6WL4ekvm7ljtULOjl9Y8aYFqzN8fvVfBodWQHlaleG2V9qVtDmaYX5gADUAyFOFrOwEbJPGOr76Fs9Lu4VBUlYjU/s1600/irish+markets.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDPnuzwB1pIzfPyHu7-hPV8SyMNgP2wHe7-cdXvpRHbWbctX_1DPc6WL4ekvm7ljtULOjl9Y8aYFqzN8fvVfBodWQHlaleG2V9qVtDmaYX5gADUAyFOFrOwEbJPGOr76Fs9Lu4VBUlYjU/s320/irish+markets.png" width="320" /></a></div>
<br />
Vivam os mercados de rua!<br />
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Não estaria a ser justo neste relato pseudo-gastronómico se não fizesse referência aos mercados, sobretudo aos mercados de rua. São uma festa para os olhos: as cores, as formas e os cheiros despertam os sentidos e é um gosto ver as bancas encherem-se de produtores locais que vêm expor os seus produtos hortícolas, os queijos, os pickles, as frutas. Apetece trazer tudo para casa e desforrar a barriga de misérias.<br />
<span id="goog_1310917574"></span><span id="goog_1310917575"></span><br />joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-56844124373372808642016-10-31T10:25:00.000-07:002016-10-31T10:25:22.174-07:00TripAdviser, provas cegas e o salve-se quem puder na internet<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQynx-f8Ermmg6x525cHPlT4HND-w8YOYLUHFIYYw2g0P2Q0yBBP6M7kpXnu_yxmTaF_4Q__Cu1NEixd2O3-9TLrxvbHYP3xZoCfJALdNYVFa48nJORDPzAjO02zQFmYUIiunEOmHOsg/s1600/Tripadviser.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwQynx-f8Ermmg6x525cHPlT4HND-w8YOYLUHFIYYw2g0P2Q0yBBP6M7kpXnu_yxmTaF_4Q__Cu1NEixd2O3-9TLrxvbHYP3xZoCfJALdNYVFa48nJORDPzAjO02zQFmYUIiunEOmHOsg/s1600/Tripadviser.png" /></a></div>
Que têm em comum as estimáveis casas de comida lisboetas que dão pelo nome de Bread4You, BA Wine Bar, Taberna Sal Grosso, Augusto de Lisboa e a Frangasqueira Nacional, com o consagrado Belcanto do chefe José Avillez? É fácil! Quem for à procura e quiser saber quais são os seis melhores restaurantes da cidade, segundo o ranking do TripAdviser (TA) no dia de hoje, depara-se com esta lista. E o Belcanto, apesar das suas duas estrelas Michelin, não está no topo.<br />
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Eu contra mim me confesso, Também consulto o TA. Sobretudo quando estou no estrangeiro ou quando visito uma região que ainda não conheço bem, quero acreditar que vou lá recolher preciosas dicas e alguma orientação. E ainda, indo mais fundo, já por diversas vezes cedi à tentação de deixar lá também a minha opinião. Só que depois olho para a lista dos lugares que conheço bem, como é o caso de Lisboa, e fico a pensar se nos outros sítios a lógica, ou a falta dela, é a mesma. E aí fico ligeiramente transtornado! É que sem querer por minimamente em causa a qualidade dos estabelecimentos que citei em cima e de cuja esmagadora maioria nunca tinha ouvido falar, rankings como este acabam por comparar o incomparável, misturam conceitos muito díspares, amalgamam segmentos irreconciliáveis e prestam-se a uma confusão sem emenda. São mesmos aqueles os melhores restaurantes de Lisboa? Para um turista gastrónomo que venha pela primeira à cidade e que se guie pela classificação do TA, e que por hipótese faça questão de percorrer os seis primeiros da lista, com que ideia fica da nossa oferta gastronómica?<br />
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Eu sei! À partida, até a mim a ideia seduz. Viva o poder popular! Viva a opinião do consumidor, livre de "interesses", descomprometida. Viva o registo daqueles que pagaram pelo seu bolso a refeição que comeram e que dão sobre ela a sua opinião. E passo por cima daquelas histórias que se ouvem de vez em quando acerca do concorrente do lado que aparece disfarçado de cliente a desancar no colega para lhe estragar a reputação. Deixo isso para lá! Cinjo-mo à pureza das opiniões honestas e isentas. Bastam estas para fazer um ranking credível? É lógico que não. É preciso muito mais que a soma das opiniões avulsas para ter uma seriação credível.<br />
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Algo parecido se passa no vinhos. Ainda recentemente um grupo de consumidores, entusiastas de uma determinada casta de origem estrangeira mas que está razoavelmente disseminada em Portugal, resolveram fazer uma prova cega pondo em confronto alguns vinhos portugueses com meia dúzia de vinhos estrangeiros. A conclusão foi arrasadora: Apesar da casta em questão ter ainda poucas décadas entre nós, os portugueses bateram toda a concorrência internacional. Daí para a conclusão fatal foi um ápice: temos os melhores vinhos do mundo! Temos? Não gostaria de ferir o patriotismo de ninguém dizendo que este arrobo foi um tanto precipitado. Outro exemplo. Ainda hoje li no facebook os comentários sobre uma prova vertical (prova de todos os anos de colheita de uma mesma marca) de vinhos do Douro. A marca em questão é prestigiada e os seus vinhos atingem um preço considerável no mercado. Parece que o grupo de provadores não ficou muito entusiasmado com a prova e logo um deles, proclamou alto e bom som para todo o mundo ouvir: a xxxx (nome da marca) "é uma treta"! É óbvio que se pode achar isso mas tal não transforma automaticamente o vinho em questão numa vulgaridade. Uma reputação não se desfaz assim!<br />
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Onde quero chegar com isto? Primeiro, antes que venham as pedras: toda a gente tem direito à sua opinião e de a manifestar publicamente. Cada uma delas vale tanto como a minha que também sou cliente de restaurantes e também compro e consumo vinhos. Mas o problema de hoje em dia, com a disseminação das opiniões, ampliadas pelas redes sociais, é que perdemos os filtros que anteriormente nos ajudavam a perceber o que era relevante do que não é. Na anarquia da internet, corremos o risco de tomar por igual o que não o pode ser. Se é verdade que há liberdade de expressão e essa é uma consequência da nossa vida em democracia, se é verdade que o consumidor tem sempre a última palavra na apreciação que faz de um bem, as avaliações, as críticas e a sua credibilidade não são todas iguais e aqueles que correm sempre atrás do último post correm o risco de parecer umas baratas tontas sem rumo nem tino. A liberdade de cada um não pode fazer esquecer que a superficialidade da opinião instantânea pode fazer muito barulho mediático mas não é comparável à crítica fundamentada,<br />
O leitor pode e deve ouvir todos mas deverá escolher com critério aqueles que procura para o orientar numa escolha conscienciosa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz3sp-ftveivw8Mx9YtJ2nOi-UDz0af7Nx0HhyphenhyphenoGqFrMyWKT3uhMzZBPlwKyOlNQguwsf-MJC2HM4J8-BpFgbpFWLVDcMHer3Jk5VNTC-fad4CPm7JN-273bBCP051iTxqvFADAHkvH5A/s1600/Diva+fora+de+tom.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz3sp-ftveivw8Mx9YtJ2nOi-UDz0af7Nx0HhyphenhyphenoGqFrMyWKT3uhMzZBPlwKyOlNQguwsf-MJC2HM4J8-BpFgbpFWLVDcMHer3Jk5VNTC-fad4CPm7JN-273bBCP051iTxqvFADAHkvH5A/s1600/Diva+fora+de+tom.jpg" /></a></div>
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À minha "mesa" também vêm frequentemente alguns filmes, ou não fosse eu também um cinéfilo (embora nem sempre assumido). Fui ver este "Florence, Uma Diva Fora de Tom", sem maiores expectativas do que passar uns momentos divertidos com uma comédia inócua e sem grandes pretensões. Apesar, e este apesar deveria ter sido suficientemente ponderado, deste filme ter a assinatura de Stephen Frears e de contar com a interpretação de Meryl Steep, na minha modesta opinião, só a maior actiz viva, ponto. Como contraponto, percebi que também tinha o Hugh Grant que logo imaginei vir fazer o papel de Hugh Grant que ele faz em todos os filmes em que o tinha visto.<br />
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Saiu-me a coisa um pouco ao contrário. Nem o filme era inócuo, nem a comédia inconsequente e até, vejam lá, o Hugh Grant afinal mostrou ser um actor com nunca imaginei. Ele foi a grande surpresa do filme! Estamos em presença de uma comédia trágica, profundamente humana, na forma como apresenta as três personagens principais e as relações que estabelecem entre si: a diva amadora, o marido complacente e o pianista ingénuo. Interessante é que o filme apresenta vários níveis de leitura capazes de agarrar tanto aqueles que se ficam pela piada fácil dos gritos histriónicos de Meryl Streep como aqueles que ficam tocados pelo drama humano que a sua personagem carrega. Durante grande parte do filme, convenci-me que esta tinha forçado na nota e roçado o burlesco. Mas nos créditos finais ficámos a ouvir trechos das gravações originais de Florence e percebi mais uma vez que a actriz se transcendeu e absorveu completamente a figura retratada. Também pelo magnífico trabalho dos actores, o filme vale a pena.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBvv8TqMReRtfxJYOT-aiIxZfZy6YJgxka-N84TA1N0ImPtpaw51EcdhAZUfOjLPl80ChrcutieXP-30sBPSXtdxwwZglQbxZoO39do0uDvR_MIodNymjFyFpehDrSef7UJNJLjv_d528/s1600/cerveja3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBvv8TqMReRtfxJYOT-aiIxZfZy6YJgxka-N84TA1N0ImPtpaw51EcdhAZUfOjLPl80ChrcutieXP-30sBPSXtdxwwZglQbxZoO39do0uDvR_MIodNymjFyFpehDrSef7UJNJLjv_d528/s320/cerveja3.jpg" width="320" /></a></div>
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Nas duas semanas que passei entre os irlandeses quase dava para fazer um curso acelerado de introdução à cerveja. Por todo o lado, desde o pub mais modesto perdido numa aldeia do interior ao bar mais extravagante do hotel de luxo, a oferta de cervejas é tão grande e tão diversificada que o amador curioso depressa fica perdido entre estilos, processos de fabrico e marcas. É claro que a Guinness é universal e tem uma presença avassaladora por toda a Irlanda, aliás como eu já esperava. O que eu não sabia era da quantidade impressionante de marcas de cerveja, do orgulho de cada condado ou mesmo cada cidade na sua própria cerveja e nas suas brewers. Este foi um truque que aprendi depressa: se queres ver uma empregada de bar bem disposta e com um sorriso aberto (Ok, também não é preciso muito!) é encetar este diálogo logo de entrada. E o que vai beber? Cerveja, por favor? Qual a marca? Gostaria de experimentar uma cerveja local. Temos quatro! Bom a minha mulher gosta mais de cerveja tipo lager mas eu gostaria de provar uma ale. O que me aconselha? E a menina lá dirá da sua justiça e não terminará a refeição sem nos vir perguntar se afinal gostámos. Gostámos pois! São impressionantes os line ups como o da foto em que o cliente tem à sua disposição uma dúzia de cervejas de pressão, sem falar já da oferta disponível em garrafa.<br />
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Na Irlanda a cerveja é consumida uniformemente por pessoas de todas idades (desde que tenham idade legal, claro), condição social ou sexo. Um irlandês nunca bebe uma só caneca de cerveja. Quando vem a primeira pint é só o começo de uma longa jornada que só termina quando soa a sineta e se fizerem os últimos pedidos ao atingir a hora a partir da qual não se pode encomendar mais. A cerveja, quase sempre uma pint (corresponde à nossa caneca), é bebida antes de refeição como aperitivo, durante a refeição e depois do jantar, como se fosse um digestivo. Cada pint demora um certo tempo a ser bebida já que ali ninguém bebe de penalti. A cerveja é para se ir apreciando. Segundo nos explicou um consumidor que tinha cara de ser entendido no assunto, o truque é pedir a próxima antes de finalizar a pint que se está a beber. Isto porque no caso da pint da Guinness, há todo um ritual a respeitar. Primeiro não se pode ter pressa. O homem tira a cerveja e enche o copo até 3/4. E depois pousa-a no balcão e vai à vida dele ou começa a atender outros clientes. Nas primeiras vezes cheguei a pensar que ele se tinha esquecido de nós mas depois percebi. A Guinness precisa de assentar e isso demora uns bons minutos. Quando finalmente o barmen entende que a coisa está pronta, regressa e acaba então de encher o copo de forma que a camada superficial da espuma densa ocupe um décimo do tamanho do copo. Só então entrega a pint ao cliente ansioso.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-PALq3sM_zBYfjRl-BGltXFuKBjWOv_OM45cQNdfmtv0BriDYcItmk9SAM4oDBwr2ofHVQqiwtzujlcMWVAb1L8pcq70GTdrLeldmsLxYBLvLF_JzuJNVjs-eR1fYZJP3bUM3htDG0cM/s1600/Guinness2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-PALq3sM_zBYfjRl-BGltXFuKBjWOv_OM45cQNdfmtv0BriDYcItmk9SAM4oDBwr2ofHVQqiwtzujlcMWVAb1L8pcq70GTdrLeldmsLxYBLvLF_JzuJNVjs-eR1fYZJP3bUM3htDG0cM/s1600/Guinness2.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY5QYQ0pGNLvnzLslm3athgFzC7khMTdVfc5WVSlRWuqjf0NuUmcNh0xSd8n6D3UMy4bVaCT7JmMDgLd_RYBQxHxZQZ3Kn6i-TtDjDSZYOuhb_wQs_jeCNM7eK8uq0Y0Dycds2ikPmgX0/s1600/Guinness_Storehouse_Atrium.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgY5QYQ0pGNLvnzLslm3athgFzC7khMTdVfc5WVSlRWuqjf0NuUmcNh0xSd8n6D3UMy4bVaCT7JmMDgLd_RYBQxHxZQZ3Kn6i-TtDjDSZYOuhb_wQs_jeCNM7eK8uq0Y0Dycds2ikPmgX0/s320/Guinness_Storehouse_Atrium.jpg" width="320" /></a></div>
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Nestas condições, achámos que nenhuma visita à Irlanda estaria completa sem visitar a sede da Guinness, em Dublin. Pensámos nós e os outros milhares de turistas que tiveram a mesma ideia, ou não fosse a Guinnesse Storehouse a maior atracção da cidade. Mas o facto é que a visita valeu a pena e foi muito instrutiva além de imensamente divertida, apesar dos 20€ que custou cada entrada. As instalações fabris ocupam uma vasta area em St.James Gate mas a parte da exposição aberta ao público é verdadeiramente espectacular. Imaginem uma estrutura com o formato de uma imensa mezzanine de vidro e ferro com seis (6) andares a imitar a maior pint do mundo. À entrada, passamos por uma sala de exposição onde se explicam, se vêem, se cheiram e tocam os quatro ingredientes que entram no processo da cerveja: cevada, lúpulo, fermento e água. No andar seguinte, o próprio Sir Arthur Guiness (ou a imagem dele interpretada por um actor) conta-nos a história da marca que começou de forma modesta em meados do seculo XVIII quando o senhor resolveu arrendar as instalações desocupadas através de um contrato de 9000 anos (não é engano!) pela fabulosa quantia de 45 libras anuais. E aí começou a fazer uma cerveja preta, fruto da torrefacção da cevada a altas temperaturas. No 3º andar, vemos a simulação do fabrico propriamente dito, enquanto nos andares seguintes vemos o desenvolvimento histórico da marca: desde o antigo trabalho dos tanoeiros, aos sistemas de transporte para acabar numa exposição interactiva sobre aquilo que tornou a marca conhecida e presente em mais de 120 países: a comunicação e a publicidade. Os dois andares de topo são ocupados por dois restaurantes e vários bares onde finalmente podemos usar o voucher com direito à nossa pint. O Gravity Bar no terraço, totalmente envidraçado, proporciona uma vista magnifica sobre toda a cidade o que seria uma optima maneira de terminar a visita não fosse a obrigação de passar à saída pela loja e ter que resistir à vasta parafernália de objectos com que o agressivo merchandising da marca nos tenta.<br />
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joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5986803962984411374.post-8701185016765670922016-08-26T07:21:00.000-07:002016-08-26T09:11:33.366-07:00Irlanda: 3 - Dublin<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZ2h3b0lkI530bFquWW4kus0RGtGq4_O1q_WAmrbx7nlTJbLzqul5kyLf2YSlPmYO6YAig39OfFc4fTCNeDIJvSmpLSscPGnkY0XiBwtk1xE1Xl09SiRqGFK3w1OtsCaO-klS2ZsOeI8/s1600/dublin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZ2h3b0lkI530bFquWW4kus0RGtGq4_O1q_WAmrbx7nlTJbLzqul5kyLf2YSlPmYO6YAig39OfFc4fTCNeDIJvSmpLSscPGnkY0XiBwtk1xE1Xl09SiRqGFK3w1OtsCaO-klS2ZsOeI8/s320/dublin.jpg" width="320" /></a></div>
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Visitar Dublin neste principio de Agosto reconciliou-me com... Lisboa! É verdade! Para quem se mostra impaciente e vocifera contra obras e contra aquilo que considera turistas em excesso, deveria vir a Dublin. A cidade está um autêntico estaleiro, todo o centro histórico com ruas inteiras rasgadas ao meio, deixando uma estreita faixa para circulação onde dezenas ou centenas de autocarros turísticos (para além dos automóveis e táxis) fazem autênticos malabarismos dignos de circo. Imagine-se, assim de repente, toda a baixa lisboeta esventrada e condicionada e pode ter-se uma ideia da dimensão da coisa. Salvam-se as poucas ruas sem circulação automóvel e que são um oásis no meio do barulho e do pó. A razão de ser destas obras é a extensão da rede do metro de superfície, ao que dizem absolutamente necessária para uma das poucas capitais europeias que não dispõe de um metro subterrâneo. Seja!<br />
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Passado o desabafo, o que posso dizer sobre Dublin, onde passei quatro dias bem preenchidos? Não é uma cidade-museu que impressione pelo conjunto da sua beleza arquitectónica mas a verdade é que dispõe de um número muito apreciável de atracções, posicionadas relativamente perto entre si o que torna agradável e proveitosa uma visita de alguns dias. É sobretudo uma cidade com muita vida, vibrante, animada e fácil de percorrer. É fácil orientar-nos nela, tendo como referência o rio Liffey que divide Dublin ao meio com muitas pontes, algumas só pedonais, a unirem a duas margens. A parte nova da cidade, a mais comercial e com a maior parte dos hotéis fica no lado norte, sendo que os pontos turísticos mais visitados estão na margem sul.<br />
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Entre eles está inevitavelmente o Trinity College e a exposição do Book of Kells que atraem dezenas milhares de vistantes por dia. Uma romaria! Estamos a falar de um grande campus universitário, à boa maneira das universidades anglo-saxonicas, que juntam no mesmo espaço as várias faculdades, bibliotecas, serviços de apoio, residencias para estudantes e professores, capela, etc. No Trinity, fundado no final do século XVI, as visitas guiadas (exteriores) são feitas por estudantes-guias (que assim conseguem amealhar mais um cobres para custear o pesado encargo das propinas: em média 14.000€/ano!) vestidos com uma ridícula capa e que dão uma perspectiva muito pessoal do que é frequentar ali a universidade ao mesmo tempo que nos enchem de histórias e pilhérias sobre a vetusta instituição. Estamos a falar de uma universidade que só aceitou a inscrição de estudantes femininas em 1904 e depois de uma grande polémica, e que até até 1960 não permitia que as mesmas permanecessem depois das 6 da tarde! Parece que ainda hoje as jovens licenciadas, depois da cerimónia final de investidura, não resistem a vir fazer a versão irlandesa do nosso manguito frente ao busto do reitor que se opôs à entrada das mulheres! Os católicos também só foram admitidos em 1970 mas aqui era a Igreja que impedia a sua frequência neste antro de perdição. Enfim, uma visita bem humorada!<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLYzYiAnOVBKKktWBCJMNJYEthabqz8oyu3FMxu8Dd54WCifh-pcFXNP_6dV1c1zzlryclFK73pWuODiUr0rj2HgnNudMjZpRFj3BZ8auCG12K0fVjkXIks0c4A3Hyln3Q1B71ufQf4ss/s1600/Trinity+College.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLYzYiAnOVBKKktWBCJMNJYEthabqz8oyu3FMxu8Dd54WCifh-pcFXNP_6dV1c1zzlryclFK73pWuODiUr0rj2HgnNudMjZpRFj3BZ8auCG12K0fVjkXIks0c4A3Hyln3Q1B71ufQf4ss/s320/Trinity+College.JPG" width="320" /></a> </div>
Na Old Library está depositado o famoso Book of Kells, o tesouro irlandês mais precioso. É um manuscrito medieval com quase 1200 anos (seculo IX) e repleto de extraordinárias iluminuras e ilustrações riquíssimas. Apesar da importância do objecto, percebe-se mal o que leva uma multidão a formar filas intermináveis para poder espreitar um livro, encerrado numa mesa rectangular de 2 por 3 metros, com vitrina à prova de bala, e do qual só se vislumbram as duas paginas que estão abertas.<br />
Presumo que todos os dias eles virarão as páginas mas não repeti a visita no dia seguinte para verificar. Percebe-se bem, contudo, o extremo cuidado com o manuscrito. Contou o nosso garboso guia (da foto) que da ultima vez que foi permitido o seu manuseamento por um visitante ilustre, a rainha Vitória, pensando fazer uma deferência especial aos estarrecidos irlandeses, achou por bem acrescentar-lhe um autógrafo real, o que levou a que, muitos anos depois. quando a rainha Isabel II repetiu a vista já só lhe permitiram vê-lo com o vidro de permeio. Gato escaldado...! Bem mais interessante foi percorrer a Long Room da Old Library com os espectaculares 64 m de comprimento, dois andares, repleta com os seus 200.000 velhos tomos criteriosamente arrumados não por autor ou temática como seria normal mas... por tamanho dos volumes! Mais uma originalidade irlandesa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhISA6T0PdHj4D8jtyhNDJLGj1tOsH7_MGi6pSRBYdHv-XlddvmFl6Z13aPfgLEGPH2qeTVcgcw2CdUjwT_fXkwAbkxru09px7LlZQ7HBgWhyzVObdWAhQCl_Ccpz57sMF5mxl2dgXPNVA/s1600/Old+Library.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhISA6T0PdHj4D8jtyhNDJLGj1tOsH7_MGi6pSRBYdHv-XlddvmFl6Z13aPfgLEGPH2qeTVcgcw2CdUjwT_fXkwAbkxru09px7LlZQ7HBgWhyzVObdWAhQCl_Ccpz57sMF5mxl2dgXPNVA/s1600/Old+Library.jpg" /></a></div>
Dublin tem muitos outros edifícios de interesse, como é o caso do Dublin Castle que não é um castelo mas um palácio do seculo XVII à moda de Versalhes, embora construído no local onde existiu o primitivo castelo, e as duas catedrais, a Christ Church (sec. XII), sede da igreja irlandesa, o ramo local do anglicanismo e a a St. Patrick Cathedral, (sec. XII, também), de culto católico. Impressionantes as duas. Não dispusemos de tempo para visitar o National Museum e a National Gallery que apesar de nos terem sido fortemente recomendadas ficaram para outra ocasião, já que tenho sempre alguma resistência em passar horas preciosas encerrado num museu quando se visita uma cidade pela primeira vez e há tanto para descobrir lá fora.<br />
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É, claro, o caso da zona do famoso Temple Bar. Trata-se de um quarteirão, encostado ao Liffey, composto por uma meia dúzia de ruas estreitas e empedradas, repleto de bares, restaurantes, casas de espectáculo, lojas, artesãos e mercados. É o centro da vida nocturna e da animação diária, está tomado por milhares de turistas mas não deixa de ter um encanto muito especial. Todos os bares têm musica ao vivo, quase sempre tradicional, mas também se pode ouvir jazz e outras músicas alternativas. Para além da música dentro dos pubs, sempre a abarrotar, podem ouvir-se performances na rua, há esplanadas para sentar, para beber um copo, para comer, há lojas convencionais e outras que são muito originais. É fácil sentirmo-nos bem em Temple Bar até porque, apesar da multidão, é sempre possível, com alguns minutos de paciência, encontrar um lugar à frente dos músicos, enquanto se bebe uma pint de Guinness ou se janta. Nos bares, não se exige consumo mínimo e ninguém repara se só pedimos uma cerveja, se encomendamos uma copiosa refeição ou se estamos só ali a ver o espectáculo.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguWpfQQbA3avdFIMxClwESxVeZqvI17aFwKzKnr7Vg20RXUAOFYc7DHWktvgxIblxEs3vapqVSs9pb1ELhjiJQXFKlYfLtZrD9ZCzYnLHQgMM189pDlM-Xyshqu-Wiy6xKQnlfTZKm7mA/s1600/Kilmainham-Gaol-Dublin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguWpfQQbA3avdFIMxClwESxVeZqvI17aFwKzKnr7Vg20RXUAOFYc7DHWktvgxIblxEs3vapqVSs9pb1ELhjiJQXFKlYfLtZrD9ZCzYnLHQgMM189pDlM-Xyshqu-Wiy6xKQnlfTZKm7mA/s320/Kilmainham-Gaol-Dublin.jpg" width="320" /></a></div>
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Não quisemos deixar Dublin sem deixar de visitar a velha prisão de Kilmainham Gaol e não nos arrependemos pois foi uma dos momentos mais impressivos da nossa viagem. Como este ano se comemora o centenário da revolta da Páscoa de 1916, toda a Dublin está cheia cartazes, exposições evocativas e memórias do sangrento levantamento nacionalista. Mas em nenhum lado se apercebe melhor da história trágica do país e do seu povo que ali, na velha cadeia construída no final do século XVIII e encerrada definitivamente em 1924 com a libertação do ultimo prisioneiro, Eamon de Valera, que viria depois a ser Presidente da República. A visita tem que ser marcada com alguns dias de antecedência através da internet mas o sistema funciona muito bem e foi fácil consegui-las. Foi para aqui que foram levados os lideres do Dublin Easter Rising e foi aqui que foram fuzilados poucos dias depois. Numa visita guiada pelas celas, corredores escuros e pátios claustrofóbicos, carregada de silêncios e palavras contidas, o nosso jovem guia martelava com um ritmo lento e cadenciado algumas das terríveis histórias desses prisioneiros e de muitos outros de delito comum que ali padeceram as agruras do cárcere ou da execução. Choca-nos a evocação do do jovem Joseph Plunket que casou na capela da prisão poucas horas do seu fuzilamento ou de James Connolly que demasiado ferido para se conseguir por de pé , foi amarrado a uma cadeira e assim baleado. Ou ainda a história dos garotos com fome que ali estiveram detidos por 20, 30 ou 40 dias por roubarem um pão, uma cenoura, umas poucas batatas. O edifício foi considerado monumento nacional e totalmente recuperado por subscrição pública e trabalho voluntário o que mostra bem a força do nacionalismo irlandês e a forma como a liberdade é ali valorizada. Uma cuidada e muito instrutiva exposição ajuda a compreender o contexto das varias revoltas nacionalistas pre-independência em 1921 e também da dolorosa guerra civil que se seguiu 1922-1924.<br />
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(A seguir: Cerveja a paixão nacional dos irlandeses)joaogeirinhasrhttp://www.blogger.com/profile/01333487209218174952noreply@blogger.com0