terça-feira, 5 de abril de 2016

Touriga Nacional



A próxima edição da Revista de Vinhos que sairá no final da presente semana tem como tema principal um painel de prova de vinhos feitos a partir de Touriga Nacional. Trata-se, posso já adiantar, de uma prova histórica pela qualidade exibida pela generalidade dos vinhos presentes e pelas pontuações altíssimas que os vinhos melhores pontuados atingiram.
Tem ainda outras virtudes este painel. Por exemplo constatar que a Touriga Nacional consegue fazer vinhos notáveis em muitas regiões do país, provando assim a sua adaptabilidade a solos e climas diversificados. Outra ainda, é que ao contrário do que se chegou a antever há algum tempo atrás, é gratificante registar, segundo os provadores da Revista de Vinhos, que os vinhos feitos a partir das uvas Touriga Nacional não cheiram e não sabem todos ao mesmo. São vinhos ricos, complexos, e ao mesmo tempo elegantes e equilibrados. Está tudo bem, então no que se refere à Touriga? Luís Lopes, no editorial, chama no entanto a atenção para os perigos da excessiva plantação de Touriga que ocorre em algumas regiões, Não basta uma casta ser boa e fiável para ficar em regime de quase monopólio mesmo em territórios onde ela afirma as suas melhores características. A fase em que se pensava que a promoção externa dos vinhos portugueses se faria melhor debaixo do guarda chuva da Touriga já foi chão que deu uvas. A maior riqueza e originalidade dos nossos vinhos vem precisamente da sábia dosagem de vinhos  provenientes de diferentes castas indígenas que os nossos técnicos, primeiro empiricamente e agora alicerçados em estudos e pesquisas qualificadas se habituaram a lotear. A Touriga é extraordinária mas Portugal é, felizmente, muito mais que a Touriga!

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